21/07/2020

Número de infectados pela covid-19 cai, mas RMC vê mortalidade crescer

Foram 164 novas mortes, aumento de 6,4% em relação à última semana; deste total, 92 foram em Campinas.

O último balanço do Observatório PUC-Campinas sobre o coronavírus na Região Metropolitana de Campinas (RMC) mostra que, ao término da 29ª Semana Epidemiológica, apurada de 12 a 18 de julho, houve taxa decrescente de novos casos da doença (-29% em relação à última semana). Apesar disso, as 164 mortes registradas representaram aumento de 6,4% no período.

O município de Campinas, epicentro da pandemia na região, apresentou 1,5 mil novos casos no intervalo de análise, com 92 óbitos. Em outras palavras, 56% das mortes ocorridas na RMC neste período aconteceram em território campineiro. A cidade exibe o pior coeficiente de mortalidade por 100 mil habitantes na região, seguida por Nova Odessa, Engenheiro Coelho e Indaiatuba.

Para o Dr. André Giglio Bueno, infectologista do Hospital PUC-Campinas e professor de Medicina da Universidade, os dados gerais na Região Metropolitana de Campinas, que revelam ocorrência menor de novos casos, são impactados pela desaceleração no aumento de casos em Campinas (-32,1% comparando-se à semana anterior), embora o município tenha avançado na quantidade de óbitos.

“A média móvel em Campinas é de 300 novos infectados por dia, indicando que a situação parou de piorar. Mas não devemos, obviamente, falar em melhora do panorama com um número tão elevado de casos diários e alta demanda por leitos intensivos. As taxas de ocupação estão acima de 80% nos sistemas público e privado de saúde e a curva de óbitos ainda em ascensão. Caso a quantidade de novos casos siga nessa tendência de queda, é possível que possamos verificar na próxima análise uma redução também nas mortes”, afirma.

Até 18 de julho, data de fechamento da 29ª Semana Epidemiológica, a RMC contabilizava 26.082 casos e 930 mortes acumuladas. O número atual, disponibilizado em tempo real, pode ser obtido no Painel Interativo do Observatório, no site https://observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19/, onde são informadas as estatísticas – inclusive as médias móveis – das cidades paulistas e da região.

Com os números ainda expressivos, mesmo após a demonstração de queda no último relatório, o economista Paulo Oliveira, coordenador da nota técnica, sugere cautela das decisões em torno de uma nova reabertura do comércio, lembrando que os casos aumentaram exponencialmente depois dos decretos de flexibilização anteriores. “É claro que se deve pensar na recuperação do comércio, que despencou 7,2% entre maio e junho, mas uma reabertura deve vir acompanhada de protocolos mais eficientes para o funcionamento das atividades”, opina.

Ele acrescenta: “A economia vai mal, e há excesso de otimismo com alguns números sobre a atividade econômica. O cenário do mercado de trabalho, acompanhado pela PNAD-Covid imprime uma visão mais realista da gravidade do cenário econômico, com 50% da população economicamente ativa sem trabalhar e aumento da taxa de desocupação. A recuperação depende de renda para o consumo, por isso o impacto no emprego e na renda vai ser peça chave na recuperação”, finaliza.

As demais análises sobre a covid-19 podem ser vistas no site do Observatório PUC-Campinas, no endereço https://observatorio.puc-campinas.edu.br/.

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