Artur Nogueira já emitiu mais de 130 carteiras de identificação para pessoas com autismo
Documento pode ser solicitado via internet ou no Poupatempo, mediante apresentação do laudo
Wagner Luan
Um levantamento realizado pelo Portal ON, junto à Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD), mostra que 138 Carteiras de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CipTEA) já foram emitidas em Artur Nogueira desde que a medida entrou em vigor.
Para solicitar o documento, é necessário apresentar o laudo médico que comprove o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, além dos documentos pessoais do responsável e do beneficiário. Em Artur Nogueira, ela pode ser solicitada do Poupatempo. O grupo TEAcolher, formado por famílias atípicas, tem orientado moradores sobre a importância da carteirinha.
A moradora Karla Cristina de Paula Marques, mãe dos pequenos Felipe Firmino da Silva e Pedro Henrique Firmino da Silva (ambos com nível 2 de suporte), relatou que fez as carteiras de forma online e destacou sua relevância. “A carteirinha dá visibilidade, mostra para os outros que seu filho vê o mundo de uma forma diferente. Nós a utilizamos em mercados, farmácias e outros comércios, garantindo o direito ao atendimento prioritário.”
Kessie Endiara dos Santos Chaves, mãe do pequeno Davi Henrique Satiro Chaves, contou que soube da CipTEA por meio do grupo e buscou mais informações na internet. “Achei o processo simples. O grupo também compartilhou o link. Fiz o cadastro, enviei o laudo e aguardei o prazo informado. Depois, acessei o site novamente e vi que havia sido aprovado. Acredito que seja importante para a identificação, já que o autismo não tem aparência visível.”
Brenda Cunha, mãe de Pietro S. da Cunha, também relatou sua experiência. “Assim que soube do CipTEA, fui atrás de informações e solicitei. O processo foi simples e, em pouco tempo, a carteirinha chegou. Desde então, ela se tornou uma ferramenta indispensável. Sempre que saímos, usamos a carteirinha junto ao cordão de quebra-cabeça, o que ajuda na identificação. Isso nos dá mais segurança, evita julgamentos e garante o atendimento prioritário ao qual ele tem direito.”
Ela reforça a importância de divulgar esse direito.“Compartilhar essa informação é essencial para que mais famílias tenham acesso. Fizemos questão de falar sobre o CipTEA e também distribuímos os cordões do quebra-cabeça para as famílias da cidade, reforçando o acolhimento e a visibilidade.”
Suelen Cristina Baasch também conheceu a carteirinha por meio do grupo TEAcolher e fez a solicitação para o filho, Emanuel Baasch Carvalho. “Quando descobri o diagnóstico de autismo, uma amiga me adicionou ao grupo. Lá aprendi muito sobre o TEA e sobre a carteirinha. Foi um processo rápido e logo recebi a aprovação. Ela ajuda bastante na identificação em atendimentos médicos, espaços de lazer e comércios em geral.”
Em nota, o grupo TEAcolher falou sobre a ação.
Nós do grupo TEAcolher nos sentimos no dever de orientar a importância das famílias após receber o laudo, ir atrás de fazer a carteira de identificação da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA) esse documento tem grande importância por vários motivos, especialmente no Brasil, onde foi regulamentada pela Lei nº 13.977/2020 (também chamada de Lei Romeo Mion). Essa carteira é um instrumento oficial que assegura direitos e facilita o atendimento adequado às pessoas com TEA. Veja os principais pontos:
? 1. Identificação rápida e oficial
A carteira comprova formalmente que a pessoa é diagnosticada com TEA, evitando a necessidade de laudos médicos constantes.
É válida em todo o território nacional.
? 2. Priorização no atendimento
Garante atendimento prioritário em serviços públicos e privados, como bancos, supermercados, hospitais, escolas e repartições públicas.
Facilita a explicação da condição em situações de crise, especialmente em locais onde a deficiência não é visível.
? 3. Redução de constrangimentos
Muitas pessoas com TEA, especialmente aquelas com autismo leve ou não verbal, podem ser mal interpretadas. A carteira ajuda a prevenir julgamentos ou abordagens inadequadas.
? 4. Inclusão social e cidadania
Reforça os direitos das pessoas com TEA como cidadãos com necessidades específicas.
É um passo concreto na luta contra o capacitismo e pela visibilidade do autismo.
? 5. Acesso facilitado a serviços públicos
Alguns municípios e estados usam a carteira também para integrar com sistemas de saúde, educação e assistência social, agilizando o acesso a tratamentos, terapias e programas de apoio.
? Quem pode solicitar?
Qualquer pessoa diagnosticada com TEA (ou seu responsável legal).
Normalmente, é preciso apresentar: laudo médico, documento de identidade, comprovante de residência e foto.
A emissão do CipTEA pode ser feita de forma digital, pelo site ciptea.sp.gov.br, ou presencialmente em uma das 242 unidades do Poupatempo espalhadas pelo estado de São Paulo, incluindo também os canais digitais do programa.
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