Artur Nogueira tem 584 pessoas diagnosticadas com autismo, diz IBGE

Da redação

Segundo dados do último Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022, 584 moradores de Artur Nogueira declararam ter recebido o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). O número representa 1,1% da população total do município, estimada em 53.157 habitantes.

A distribuição por gênero segue a tendência observada em âmbito nacional, com maior prevalência entre homens. Em Artur Nogueira, 380 homens (1,5%) relataram o diagnóstico, enquanto entre as mulheres foram registrados 182 casos (0,6%). (Devido a arredondamentos, a soma dos subgrupos pode não coincidir exatamente com o total.)

Esse padrão local acompanha os dados nacionais: aproximadamente 1,4 milhão de homens possuem diagnóstico de TEA no Brasil, em comparação com 1 milhão de mulheres. Ao todo, mais de 2 milhões de brasileiros são diagnosticados com o transtorno, o que corresponde a cerca de 1,2% da população nacional. Na região Sudeste, o estado de São Paulo concentra mais de 500 mil pessoas com TEA, liderando o ranking nacional.

Ainda em Artur Nogueira, quando considerados os critérios de cor ou raça, a população preta é a mais afetada pelo TEA, seguida pelas populações branca e parda.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é caracterizado por condições que comprometem a comunicação, o comportamento social e a linguagem, além de uma gama de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva.

Em resposta a essa realidade, o projeto TEAcolher, com atuação em Artur Nogueira, promove um espaço de apoio, suporte e conscientização sobre o transtorno. De acordo com Brenda Cunha, integrante da diretoria do projeto, o TEAcolher surgiu com o propósito de promover inclusão social e oferecer suporte às famílias com membros dentro do espectro autista.

“Nosso objetivo é proporcionar espaços de acolhimento, escuta, troca de informações e fortalecimento de vínculos. Atuamos na promoção de eventos, encontros e ações que visam tanto apoiar as famílias quanto sensibilizar a sociedade sobre a importância da inclusão e do respeito às diversidades”, explica.

Entre as principais ações desenvolvidas pelo grupo, destacam-se encontros periódicos com famílias, para troca de experiências e suporte mútuo; eventos inclusivos, com vivências adaptadas e acessíveis; além de palestras, workshops, rodas de conversa com profissionais de diversas áreas, e atividades de conscientização sobre os direitos e o acesso a políticas públicas.

“Buscamos criar oportunidades que muitas vezes não estão disponíveis para essas famílias, por meio de eventos especialmente pensados para elas, momentos em que possam se sentir verdadeiramente acolhidas, ouvidas, respeitadas e amparadas”, ressaltou Aline Will, também integrante da diretoria do TEAcolher.

Em compromisso com a causa, os membros do projeto também atuam na captação de recursos para viabilizar suas iniciativas. Renato Henrique Anardino, que compõe a diretoria ao lado de Aline e Brenda, foi responsável por articular uma emenda parlamentar no valor de R$ 100 mil, destinada à causa autista e concedida pelo deputado estadual Emídio de Souza no início de maio.

O recurso foi angariado para a compra de medicamentos voltados ao tratamento de pessoas com transtorno do espectro autista, como Ritalina, Risperidona, Canabidiol, entre outros, podendo também ser aplicado em outras demandas relacionadas à causa autista.

“Fiquei muito feliz de poder ter trazido para nosso município e para nossa causa os R$ 100 mil direcionados para a causa autista, podendo assim ajudar muitas famílias através desta emenda, pois sabemos que há necessidade de muitas famílias em adquirir estes medicamentos por conta própria”, conclui Renato.