Judoca de Artur Nogueira fala sobre conquistas e sonho em disputar Olimpíadas
Lucas Brito treina em São Paulo e coleciona importantes títulos
Michael Harteman
Lucas Brito é um atleta de Artur Nogueira. O jovem tinha, na infância, um sonho comum ao de muitas crianças brasileiras: ser jogador de futebol. Os planos mudaram no ano de 2012. Incentivado pelo tio, o jovem começou a treinar Judô. A modalidade havia ganhado um grande atleta. A paixão pelo esporte foi crescendo e o talento dentro dos tatames foi rapidamente identificado. Os olhares atentos dos primeiros professores já identificavam um enorme potencial nos primeiros dias de treino.
Com várias medalhas em diversas competições do país, Lucas Brito é visto pelos com enorme potencial, inclusive para disputar as próximas Olimpíadas. Atualmente o atleta passa a maior parte do tempo treinando em São Paulo, são 4 horas por dia de treino, com descanso apenas aos domingos. Confira a entrevista concedida pelo atleta:
Como foi o seu início no Judô? Sempre gostei muito de esporte. Meu primo começou a treinar no Projeto Judô Esporte Social, promovido pela Prefeitura de Artur Nogueira. Um tio meu gostou muito do projeto, das aulas e de como meu primo se desenvolvia lá. Como desde criança eu sempre fui grande, “gordinho”, meu tio me incentivou para que eu também começasse o Judô. Fui até lá conhecer, assisti uma aula e me interessei, acabei gostando. Falei com o professor e no dia seguinte iniciei o judô, isso aconteceu em 2012.
Como foi que você percebeu que queria se dedicar mais ao Judô? Quando eu iniciei, a equipe de competição estava sendo formada. Os primeiros competidores de Artur Nogueira estavam se destacando. Senti que meu rendimento não estava muito atrás dos que estavam ganhando suas primeiras medalhas. Nessa mesma época questionei se eu poderia competir também. Meu professor fez o convite e desde a primeira competição eu me apaixonei. Além de ganhar uma luta, ou ganhar um campeonato, o espirito de equipe durante as competições é contagiante. Algo que te faz querer mais. Me divertia muito em cada viagem, em cada evento. Colecionei historias e, aos poucos, fui formando a minha própria história.
Você imaginava que iria ter esse sucesso no esporte? Não sei dizer se imaginava ou não. Assim como muitas crianças que procuram o Projeto de Judô, eu queria era me divertir. E isso eu fiz muito. Com o tempo, aos poucos, durante as competições é que fui conseguindo imaginar até onde o Judô poderia me levar. No início eu não fazia ideia da perspectiva que o Judô poderia me proporcionar.
Fale-me um pouco de sua criação, como foi sua infância, sua vida escolar e social? Sempre fui criado pela minha mãe, rodeado por meus tios e primos. Tenho mais 3 irmãos e fazemos parte de uma família grande. Até pouco tempo atrás morávamos na casa de meu tio, no Parque dos Trabalhadores, ao lado do Caic, onde estudei. Lá eu era meio atentado (Risos). Acho que as professoras se lembram de mim até hoje. Do Caic passei a estudar no Severino, onde fiz bastante amizade. Sempre fui muito tímido. Acompanhava muito a vida de meus tios e primos. Eu também ia bastante ao Campo Municipal acompanhar os jogos de Futebol. Eu também gostava bastante de jogar futebol na rua. Fui uma típica criança daquele bairro, sem muitas opções de lazer, mais rodeado de muita gente.
Você chegou a disputar algum outro esporte? Acho que todo brasileiro um dia já sonhou em ser jogador de futebol. Eu também sempre quis. Fiz escolinhas de futebol, eu gostava demais e considerava o meu maior lazer.
Quais são os benefícios de se praticar o Judô? O Judô me deu um norte. O judô me mostrou que eu tenho possibilidades para o futuro, e que essas possibilidades dependiam de minhas ações no presente. Aprendi a importância da disciplina, do comprometimento e da responsabilidade. Impossível se praticar Judô e não desenvolver valores sociais e de boa convivência. Aprendi a importância de cuidar de mim, respeitando meus limites e me fortalecendo, e de cuidar de meus companheiros, pois são fundamentais para a evolução do grupo. Isso tudo além de praticar uma atividade física, o que é tão importante para manter uma boa saúde.
Quem são seus grandes ídolos nesse esporte? São dois. O francês Teddy Riner e o brasileiro Rafael silva ‘baby’.
Quais são seus sonhos? Até onde você quer chegar? Meus sonhos é lutar uma Olimpíada. E posteriormente me tornar um professor de Judô.
Qual foi a competição mais marcante que você participou? Conte-me um pouco sobre ela. Minha competição mais importante que lutei até hoje foi o jogos escolares da juventude, que aconteceu em João Pessoa-PB. Fiz bastante amizades novas, além disso recebi a medalha da Rafaela Silva, campeã olímpica e atleta da seleção brasileira.
Você tem se aproximado dos grandes judocas brasileiros, quais são seus planos, você pode treinar com a seleção brasileira? No final de novembro participei da Seletiva Nacional de Base, junto com meus companheiros. Fomos ate Lauro de Freitas na Bahia para essa disputa. Acabei em segundo lugar. O judo é diferente do futebol ou vólei por exemplo. Nesses esportes o atleta é convocado pelo técnico. No judo trabalha-se com ranqueamento. Os atletas melhores ranqueados compõem a Seleção Brasileira. Eu inicio 2017 em segundo lugar no ranking. Terei vários compromisso para me manter entre os 2 primeiros. Estando entre os 2 primeiros a Confederação Brasileira custeia minhas despesas em estágios internacionais, competições etc. Ja em janeiro participarei do treinamento em Pindamonhangaba que reúne todos os atletas das Seleções Principal, Sub 21 e Sub 18, para iniciar a temporada. Pretendo aproveitar ao máximo essa situação para fazer contatos e acumular aprendizados. Sei que muita gente esta torcendo por mim e não quero decepcionar ninguém.
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