Nogueirense customiza carro para se identificar e perder medo de dirigir

Raquel Santana

A moradora do bairro São Bento, Natália de Morais Franco, de 25 anos, é a dona de um peculiar veículo que transita pelas ruas do município de Artur Nogueira. O fusca verde de 1974 chama atenção por onde passa com uma grande ilustração feita à mão pela própria proprietária.

Contudo, a história por trás da arte vai muito além de uma simples customização do automóvel. Natália produziu a obra para se identificar com o carro e assim, perder o medo e a insegurança no volante.

A jovem é profissional da área de design e uma grande amante da cultura pop, o que a influenciou diretamente no personificação de seu veículo. Natália nomeou o fusca de ‘Caco’, em homenagem ao personagem Kermit, do programa Muppet Show, do qual se intitula uma grande fã.

A ideia de dar um nome ao carro foi a primeira forma que Natália encontrou de se identificar e se sentir mais à vontade com a direção. “Sempre tive muito receio e nunca me imaginei tendo um veículo meu. Eis que a necessidade da vida me fez correr atrás de um veículo e o ‘Caco’ era a opção mais viável pra mim na época […]. O nome foi pra me ajudar a dar um pouco de personalidade”, explica a designer.

A ilustração veio pouco tempo depois. Durante um encontro de fuscas e demais carros antigos, promovido pela Prefeitura de Artur Nogueira, Natália resolveu desenhar em seu automóvel visando ser uma atração do evento. Ela então elaborou uma arte que envolvesse algumas de suas paixões – o mar e o espaço -, se programou e iniciou a obra durante a tarde da exposição.

O que era apenas um entretenimento de algumas horas, se tornou um trabalho de semanas. Quando Natália se deu conta, aquela arte era definitiva e já estava ali como sua marca registrada no automóvel que relutou tanto em obter.

“Quanto mais eu fazia [o desenho] mais eu começava a me identificar com o carro. Eu conseguia ver que ele estava parando de ser simplesmente um veículo que peguei para trabalhar, por uma necessidade e urgência, para ser uma extensão de quem eu sou”, afirma a jovem.

Além de recorrer a ajuda profissional para lidar com a dificuldade de permanecer atrás do volante, ela afirma que continua e continuará a personificar seu automóvel para superar sua insegurança. Hoje, o ‘Caco’ chama atenção por onde passa, principalmente, do público mais jovem. A reação que Natália assiste no rosto de quem presencia seu trabalho só faz com que a jovem crie mais afinidade pelo fusca.

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