31/12/2023

CRMV-SP dá dicas de como proteger seu pet durante a queima de fogos de artifício

Para proteger o pet, o ideal é manter sempre o ambiente fechado, evitar deixar o animal sozinho durante o período de queima de fogos e nunca utilizar fogos de artifício próximo dele

Na noite de réveillon os fogos de artifício são a atração principal da festa. Porém, é comum que o barulho estrondoso e os clarões deixem os pets muito assustados e estressados. O problema afeta não apenas os cães, mas também gatos, aves e animais selvagens de vida livre.

É o que frisa a médica-veterinária Maria Cristina Reiter Timponi, presidente da Comissão de Entidades Veterinárias do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP). “Muitas vezes, animais acabam indo para as estradas, correndo o risco de sofrerem acidentes, que também podem afetar os humanos.”

O médico-veterinário Eduardo Pacheco, que integra a Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais (CTCPA) do CRMV-SP, ressalta que, “além da queima de fogos, a mudança de rotina pode ser um fator determinante para o estresse ser ainda maior, mesmo que seja por um curto período. E a separação do tutor pode aumentar a inquietação”, afirma.

Audição apurada e acidentes

“Para os cães, o barulho é muito mais alto do que para nós, o que gera estresse e libera diversas substâncias no organismo. Com isso, alguns podem ficar agressivos, enquanto outros tentam se esconder, podendo se machucar”, explica médico-veterinário Márcio Mota, presidente da CTCPA do CRMV-SP.

Mota conta que atendeu casos de animais que, ao tentarem escapar dos fogos, atravessaram portas de vidro para fugir. “O cão ficou preso na porta, tivemos que anestesiá-lo e chamar os bombeiros para cortar a porta e conseguir retirar o animal”, diz ele, que ainda aponta que bater a cabeça, sofrer quedas de varandas e fraturas também são riscos.

Animais em condições de risco

Os animais cardíacos, que tenham insuficiência respiratória, doenças renais, assim como os animais que têm uma doença crônica em curso ou que estão em período pós-operatório podem sofrer ainda mais, alguns chegam a ter parada cardiorrespiratória, indo a óbito.

Para Pacheco, os animais mais sensíveis, ou aqueles que sabidamente apresentam maior sensibilidade aos fogos, devem realizar sem falta um check-up com um médico-veterinário antes do período de festas. “O profissional fará uma avaliação do animal e indicará, de acordo com cada caso, os exames e orientações necessárias. Cada animal pode apresentar necessidades diferentes”, complementa.

O que fazer para proteger os pets dos fogos

Para proteger o pet, o ideal é manter sempre o ambiente fechado, evitar deixar o animal sozinho durante o período de queima de fogos e nunca utilizar fogos de artifício próximo dele. É o que recomenda Pacheco: “se possível, manter o animal sob supervisão sempre, em um ambiente onde o estampido dos fogos não seja tão audível ou ao menos seja minimizado”.

“É importante manter o ambiente o mais calmo possível, mantendo o pet aconchegado, sem muitas armadilhas onde ele possa se bater e se machucar caso se assuste. Existe também uma proteção que pode ser feita, envolvendo o animal entre o peitoral, o tórax e o pescoço com uma toalha. Ele vai se sentir abraçado e protegido e ficar mais tranquilo”, afirma Mota.

10 dicas para seu pet passar a virada do ano com tranquilidade

– Durante o dia, antes da queima dos fogos, recomenda-se sair com o pet para passear e estimular brincadeiras para gastar energia.

– Vídeos de fogos de artifício podem ser usados antes das festas para o preparo prévio do animal para o que irá acontecer.

– Deixar seu pet dentro de casa, com portas e janelas fechadas, que ajudam a isolar o local dos ruídos e também para evitar fuga descontrolada.

– É importante que o local que o pet fique não dê acesso a varandas e outros, pois o desespero faz com que o animal salte.

– Deixar nesse espaço tudo que o animal mais gosta, como cama, cobertores e brinquedos. Deixe à disposição também as caixas de transporte para que eles possam se refugiar nos momentos de medo.

– Não use guias. Eles podem ficar nervosos, correr e se enrolar, elevando o risco de enforcamento acidental. As coleiras devem ser mantidas, inclusive com identificação do nome do animal e telefone para contato.

– Caso esteja habituado a ouvir sempre TV, rádio ou outros, deixe ligado no ambiente com o volume alto, pois isso ajuda a disfarçar o som dos fogos e a fazer com que o animal sinta familiaridade e acolhimento.

– Cães e gatos não devem ser postos juntos nesses momentos, pois podem atacar um ao outro.

– Caso seu pet seja muito agressivo, consulte seu médico-veterinário de confiança e converse sobre a possibilidade de ministrar um calmante neste dia. Porém, isso deve ser feito apenas em último caso e com acompanhamento profissional.

– Transmita tranquilidade e carinho.

CRMV-SP

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