Radar meteorológico capaz de identificar eventos climáticos extremos é instalado na Unicamp
Aparelho deve cobrir municípios da região metropolitana de Campinas em um raio de 100 km
Em uma operação de içamento que durou cerca de sete horas, foi instalado na Unicamp, nesta segunda-feira (7), um radar meteorológico de 3,5 toneladas capaz de identificar eventos climáticos extremos, um equipamento exclusivo da Região Metropolitana de Campinas (RMC).
O aparelho – uma antena parabólica presa a um pedestal, dentro de uma redoma de 4 metros de diâmetro – foi colocado em uma torre de 10 metros de altura instalada em uma área do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri). A estrutura integrará o Centro de Meteorologia da RMC e terá como missão monitorar a formação de eventos meteorológicos extremos, gerar alertas em tempo integral e manter em funcionamento a Rede de Alertas e Desastres. O centro ficará integrado com os sistemas estadual e federal de monitoramento meteorológico.
O radar deve cobrir municípios da região metropolitana em um raio de 100 km. Em um raio de até 60 km, o sistema contará com uma alta precisão. Espera-se que o equipamento entre em operação, em caráter experimental, no mês de dezembro deste ano.
“Devido à estrutura desse radar, o ganho de antena que possui, ele dispõe de uma alta precisão na quantificação, seja no tempo, seja no espaço. Em termos de tecnologia, o equipamento é o mais avançado radar meteorológico que temos no Brasil”, disse a meteorologista do Cepagri Ana Ávila, que trabalha no projeto desde 2017.
Coube à empresa fabricante do aparelho, a norte-americana Enterprise Electronics Corporation (EEC), localizada na cidade de Enterprise, Alabama, instalá-lo. Um engenheiro da empresa coordenou a operação, que mobilizou uma pequena equipe de seis homens. O trabalho começou às 9h30, com a chegada do guindaste, mas a instalação do equipamento só terminou por volta das 16h.
Primeiro, ainda no chão, a antena de 2,4 metros de diâmetro foi acoplada ao pedestal. Em seguida, foi içada para o alto da torre e fixada em uma base de ferro da plataforma. Na sequência, a equipe alçou a redoma até o alto da torre, colocando-a sobre a antena, em uma operação considerada um sucesso.
“Agora, após o içamento, temos novas etapas a cumprir até colocar o aparelho em funcionamento”, explica Bruno Kabke Bainy, também meteorologista do Cepagri.
Segundo Bainy, nesta fase, será preciso montar outros equipamentos, como os da parte elétrica – inclusive com a disponibilização de um gerador a diesel, que deverá funcionar como um sistema secundário de energia –, além da configuração de hardware e software.
Depois disso, virão os testes. “Temos uma lista de testes de conformidade e um teste de desempenho, quando deveremos colocar o radar para funcionar em sua capacidade máxima”, conta o meteorologista. Isso tudo, diz, deve levar de duas a três semanas.
Depois dos testes, virão os treinamentos. Cerca de uma semana para treinamento de manutenção do equipamento, mais voltada para o hardware, e uma semana de treinamento em software. “E, para finalizar, a gente ainda vai ter uma semana daquilo que chamamos de geração assistida, em que a empresa que está instalando o radar vai deixar um técnico no Brasil para acompanhar o processo junto com os meteorologistas”, explica.
Na etapa subsequente, o equipamento entrará em operação em caráter experimental.
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