Unicamp assina convênio com Embrapa para manutenção do sistema de monitoramento agrometeorológico
Agritempo ganhou uma nova versão, com design responsivo, que permite o acesso em qualquer tipo de dipositivo móvel ou fixo
A celebração dos 20 anos do Agritempo – sistema de monitoramento agrometeorológico – realizou-se, na sexta-feira (5/7), por meio de homenagens a seus idealizadores e criadores – Hilton Silveira Pinto e Eduardo Delgado Assad – e pela assinatura de um convênio de cooperação técnica entre a Unicamp e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), prevendo a manutenção do serviço em todo o território nacional. Também fizeram parte da comemoração a realização do seminário Dados Climáticos e Agricultura: 20 anos do Agritempo e o lançamento de uma nova versão do sistema, com novo design responsivo, que permite o acesso em qualquer tipo de dispositivo móvel ou fixo.
O Agritempo é desenvolvido e mantido pela Embrapa Agricultura Digital em um trabalho conjunto com o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp. O convênio mais recente foi assinado pelo reitor da Universidade, Antonio José de Almeida Meirelles, e pela presidenta da Embrapa, Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá, no auditório do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS), na Unicamp.
“O Brasil hoje é reconhecido pela agricultura que desenvolveu. A tecnologia pode reduzir custos e o sistema de monitoramento é um instrumento de política pública. Em 20 anos, economizamos cerca de R$ 80 milhões”, disse a presidenta, confirmando que, do total de 5 milhões de produtores rurais do país, 10% são grandes produtores. “Temos ainda o desafio de diminuir a insegurança alimentar. Precisamos mostrar ao mundo que nossa agricultura é sustentável, não apenas do ponto de vista econômico, mas também ambiental e social.”
Meirelles afirmou acreditar que há muito a ser feito e que, ao mesmo tempo, devemos celebrar as conquistas do sistema. “Temos muito orgulho dessa parceria e essa é uma oportunidade de estreitarmos o nosso relacionamento. O que a Embrapa faz pela agricultura brasileira é indescritível”, disse o reitor, segundo o qual os pesquisadores devem pensar novas formas de a ciência básica impactar a sociedade. Além da homenagem aos idealizadores do Agritempo, também foram homenageadas as equipes da Embrapa, representada por Luciana Alvim Santos Romani, e do Cepagri, representada pelo professor Jurandir Zullo Júnior.
Compuseram a mesa diretiva do evento o reitor da Unicamp, a presidenta da Embrapa, a vice-reitora da Universidade, Maria Luíza Moretti, o chefe-geral da Embrapa, Stanley Oliveira, a representante da Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (Concen) Raluca Savu e o vice-coordenador do Cepagri, Davi Montenegro Lapola.
Benefício direto à sociedade
O Agritempo fornece informações meteorológicas e agrometeorológicas sobre diversos municípios do país – por meio de mapas, boletins, gráficos, estatísticas, pesquisas e dados disponibilizados na internet –, recebendo diariamente dados de 1.600 estações meteorológicas de diferentes instituições. “Para o Cepagri, é um orgulho fazer parte desse sistema, porque nós fazemos um tipo de ciência que tem aplicação imediata na sociedade. Nós desejamos que essa ótima parceria com a Embrapa tenha continuidade”, disse Lapola.
De acordo com o próprio site do Agritempo, os principais usuários dessa tecnologia são membros do setor produtivo e financeiro, gestores públicos, produtores rurais e instituições de pesquisa que buscam informações sobre estiagem, precipitação, necessidade de irrigação, condições de manejo do solo, aplicação de defensivos agrícolas e melhor período para tratamentos fitossanitários. São dados que podem reduzir custos e aumentar a produtividade.
A ocorrência cada vez mais frequente de eventos climáticos extremos, como as chuvas de maio no Rio Grande do Sul – mencionadas durante o evento –, mostra a importância dos serviços do Agritempo. “Nada está dissociado”, disse Moretti, ao lembrar que as mudanças climáticas causam impacto, por exemplo, na disseminação de doenças contagiosas, sua área de pesquisa como médica infectologista. “O Agritempo nos deixa mais confiantes”, concluiu a vice-reitora.
Nestes 20 anos, a agropecuária se beneficiou do sistema a partir de dados que integram o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), utilizado pelos programas de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). “O Agritempo é reconhecido como um marco na agricultura brasileira, por sua metodologia inovadora”, destacou Savu. O Cepagri é um dos 22 centros que integram o Cocen. “A complexidade do sistema considera também aspectos sociais.”
Tempo de plantar e de colher
O chefe-geral da Embrapa cumprimentou os dois idealizadores do Agritempo homenageados no evento. “O professor Hilton Silveira Pinto e Eduardo Assad tiveram uma importante visão de futuro e nos proporcionaram um sistema que beneficia o país inteiro”, disse Oliveira. “O zoneamento agrícola de risco climático ajuda o produtor a saber qual é o tempo de plantar e o de colher, como ensinou Salomão”, afirmou. Oliveira acredita que o elemento responsável por fazer um sistema de informação perdurar por duas décadas, mesmo em tempos de tecnologias que ficam obsoletas rapidamente, é a inteligência por trás do sistema, ou seja, o capital humano.
Um vídeo de apresentação da nova versão do Agritempo foi exibido logo após a entrega de placas aos homenageados. O painel Gestão de Risco e Monitoramento da Safra fechou o evento na manhã desta sexta-feira, com uma apresentação feita por Zullo.
Além do Cepagri e da Embrapa, o Agritempo conta com a participação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com os dados fornecidos a partir das redes de estações meteorológicas.
UNICAMP
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