Assessor do Ministério da Saúde recebe demandas de Engenheiro Coelho em visita à Saúde
Conversa incluiu escalada no número dos casos de dengue e aquisição de UBS para Engenheiro Coelho, além da solicitação de nova sede para o CAPS e de mais três médicos
Humberto Tobé, do Ministério da Saúde, à esquerda, conversa com Renan Pacífico, Secretário da Saúde de Engenheiro Coelho – imagem: assessoria/reprodução
Felipe Pessoa
Humberto Tobé, assessor do ministro Alexandre Padilha, do Ministério da Saúde, esteve na manhã desta sexta-feira (25) em Engenheiro Coelho, em visita à Secretaria de Saúde, para colher demandas da cidade e alinhar outras ações no município. Também estiveram no encontro o secretário de Saúde, Renan Pacífico, o superintendente de Vigilância em Saúde, David Peloia Forner, e o vereador Nissim Paraibano (PMB).
O encontro serviu para que a equipe da Saúde de Engenheiro Coelho entregasse ao ministério de Padilha as principais demandas da cidade na alçada da pasta. Um dos primeiros assuntos tratados foi o número de casos de dengue registrados no município.
“A gente começou abordando o tema da dengue. O município de Engenheiro Coelho, hoje, está entre os 80 municípios de atenção à dengue”, explicou o secretário Renan. “Passamos para o ministro que, apesar de a gente estar entre os 80 municípios de atenção, a gente conseguiu baixar bem a curva (expressão para métrica gráfica que acompanha o número de casos), e a curva começou a cair”, constatou.
Renan disse que o ministério se colocou à disposição e que a equipe municipal de saúde “se sentiu mais segura em saber que pode contar com um apoio grande”. Pacífico destacou, ainda, o fato de, segundo ele, municípios vizinhos ainda estarem “com a curva alta, enquanto a nossa começou a cair”.
Desde o início do ano, Engenheiro Coelho vem enfrentando uma escalada alarmante no número de casos da doença. Até a publicação desta matéria, a cidade tinha, segundo dados do Governo do Estado de São Paulo, 1.229 casos confirmados de dengue e 1.280 casos prováveis, além de um caso de dengue grave e dois óbitos sob investigação. Recentemente, em março, a cidade promoveu diversas ações de combate ao Aedes aegypti, como um cronograma que incluiu fumacês, visitas a domicílios para averiguação e recolhimento de lixo das ruas.
Em 11 de abril, a Prefeitura decretou emergência em saúde pública em razão do que chamou de epidemia de dengue. Redigido no final de março, o Decreto nº 18/2025 também foi publicado no Diário Oficial do Município.
Na prática, o decreto de emergência autoriza a adoção de quaisquer medidas administrativas necessárias à contenção das arboviroses. Um outro trecho do documento, que declara a emergência, esclarece que as ações de combate previstas no decreto abrangem também outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como chikungunya e zika.
Tobé disse que outro dos temas tratados foram obras definidas a partir do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Já temos uma UBS em processo de obras, já é um programa do Governo Federal”, disse o membro da equipe ministerial sobre a nova obra prevista para Engenheiro Coelho.
Renan Pacífico afirmou, também, que a pasta municipal solicitou ao ministério, além de mais uma UBS, uma nova sede para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e mais três médicos para a cidade.
Sobre a presença da equipe de Padilha na cidade, Tobé afirmou que o movimento faz parte de uma continuidade de ações que vinham sendo feitas desde a gestão da então ministra Nísia Trindade, demitida em fevereiro do ministério após pequena reforma feita pelo presidente Lula (PT).
“É uma continuidade dos desafios de tocar o SUS, né? A Nísia fez um excelente trabalho neste primeiro ciclo do governo Lula, e a orientação deste novo ciclo, que se inicia com o ministro Padilha, é a partir da relação que ele tem com o estado de São Paulo”, afirmou Tobé, citando em seguida o fato de Padilha ter estudado na Unicamp, como exemplo de sua relação com a região.
Tobé afirmou que compõe a política interna do ministério promover um contato mais direto com as gestões municipais e estaduais de saúde.
“Quando ele reestruturou a nossa equipe do Ministério da Saúde, ele pediu para que toda a equipe esteja mais próxima dos gestores. O ministro Padilha tem falado o seguinte: ‘nós não temos obrigação de resolver todas as demandas, mas vocês [equipe da Saúde] precisam ter respostas, para que os nossos gestores tenham segurança nas decisões que estão tomando’”, disse.
De acordo com o assessor de Padilha, a gestão do novo ministro se divide em alguns pilares. O primeiro deles é diminuir a fila do programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), que visa diminuir a fila de atendimentos do SUS, fortalecendo equipes de especialistas, como oncologistas, oftalmologistas, cardiologistas etc. O PMAE funciona em uma lógica de diluição, delegando atendimentos às equipes competentes e desobstruindo outras áreas do sistema.
“A segunda questão é o fortalecimento da teia federativa que o SUS representa. Essa dinâmica de organização federativa tripartite, que é papel do Governo Federal, do estado e do município. A gente precisa estar mais forte, e esta é a razão de eu estar aqui hoje”, explicou.
Tobé citou, como terceiro pilar, o fortalecimento do SUS. “Nós estamos no meio de graves problemas, hoje. Nós temos essa questão da dengue, aqui no estado de São Paulo, mas também estamos com a campanha da vacinação em curso…”, listou. “Então, é reorganizar e credibilizar o SUS, para que a população tenha, pelo SUS, o que o SUS tem de melhor, que é essa coisa de atendimento sem olhar classe social, sem olhar ideologia”, definiu.
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