09/12/2021

Indaiatuba revitaliza Museu Ferroviário e inaugura Ponto de Informação Turística

Evento, terá início às 19 horas e integra as comemorações pelos 191 anos de Indaiatuba

Após meses de trabalho, a Prefeitura de Indaiatuba promove na próxima sexta-feira, 10 de dezembro, a entrega da revitalização do Museu Ferroviário de Indaiatuba e a inauguração do PIT – Ponto de Informação Turística. O evento, que terá início às 19 horas e integra as comemorações pelos 191 anos de Indaiatuba, contará com apresentações do Grupo Amantes do Choro e da Domingos Jazz Band, a presença do Papai Noel na histórica Locomotiva a Vapor Nº 10 e marca também a transição do espaço, antes administrado pela Fiec (Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura), para a Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Departamento de Turismo.

A revitalização do Museu Ferroviário de Indaiatuba, inaugurado oficialmente em 1º de outubro de 2004, foi realizado em trabalho conjunto entre as secretarias de Cultura, Obras e Vias Públicas, Serviços e Meio Ambiente, além da Fiec. “Revitalizado, o Museu Ferroviário está pronto para voltar a receber os indaiatubanos, apresentando uma parte da história de nossa cidade. O Ponto de Informação Turística também é um serviço importante porque queremos acolher bem as pessoas que visitam nossa cidade”, comenta o prefeito Nilson Gaspar. “Além disso, a Locomotiva foi reformada e o Papai Noel chegará nela”.

“Estamos muito felizes em receber o Museu Ferroviário de Indaiatuba e nosso Departamento de Turismo ganha uma nova sede”, destaca a secretária municipal de Cultura, Tânia Castanho. “No PIT – Ponto de Informação Turística, concentraremos todas as informações turísticas de nossa cidade, como roteiros, destinos e um pouco da nossa história, para quem mora em Indaiatuba e aqueles que vem nos visitar, em um local de fácil acesso”.

Eixo histórico

Em 2002, a Prefeitura promoveu um projeto para preservação de todo eixo histórico da cidade. A importância da ferrovia na história de Indaiatuba e sua ligação com a comunidade levaram a um plano de revitalização e restauração do conjunto de prédios da antiga estação Ferroviária de Indaiatuba para abrigar o Museu Ferroviário de Indaiatuba, trabalho comandado pela Fiec.

Em convênio firmado em 17 de setembro de 2002, entre a Prefeitura de Indaiatuba, através da Fiec, a Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) e a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), chega à cidade a Locomotiva, nº 10, fabricada nos Estados Unidos em 1874 e adquirida pelo imperador D. Pedro II. É a mais antiga locomotiva a vapor americana em condições operacionais no Brasil.

A locomotiva passou por um processo de restauro em 6 de dezembro de 2002, se tornando a primeira peça do acervo do Museu Ferroviário de Indaiatuba. Neste ano, passou um novo restauro e se encontra em pleno funcionamento.

Atualmente, o acervo do museu possui aproximadamente 500 peças, incluindo objetos tridimensionais e imagens, todas devidamente identificadas e registradas, em trabalho que contou com apoio da Associação de Preservação Ferroviária de Indaiatuba (APFI).

O processo de revitalização do prédio do Museu Ferroviário de Indaiatuba foi acompanhado pelo arquiteto Eduardo Constantino Gomes, da Secretaria Municipal de Obras e Vias Públicas. “É importante ressaltar que tudo que fizemos no Museu Ferroviário de Indaiatuba passou pelo Conselho Municipal de Preservação”, ressalta.

Diversos detalhes do projeto foram preservados. “Adotamos o máximo de responsabilidade com a obra original e, inclusive, devolvemos algumas particularidades que eram próprias do prédio”, completa Eduardo. O Museu Ferroviário de Indaiatuba fica na Praça Newton Prado, s/nº, no Jardim Pompeia, e funcionará de terça a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados e domingos, das 9h às 12h. Às segundas-feiras, estará fechado para manutenção.

História da Locomotiva

Em pesquisa e texto de José Henrique Dercole, é possível saber que a Locomotiva a Vapor Nº 10 estava exposta na cidade de Saint Louis, nos Estados Unidos, durante as comemorações do centenário de independência do país em 1876, onde foi comprada pelo imperador D. Pedro II.

Na exposição do centenário, a locomotiva tinha o nome de “America”. Porém, logo que chegou ao Brasil foi batizada de “D. Pedro II”, segundo o pesquisador Sérgio Mártire. Conforme dados da época, o imperador teria doado a locomotiva à Cia Ytuana de Estradas de Ferro.

Em 1892 ocorreu a fusão das companhias Sorocabana e Ytuana, dando origem a Cia. União Sorocabana Ytuana, e a bitola 0,96 cm da Ytuana passa para um metro, seguindo os ramais da Sorocabana. Com a anexação da Ytuana pela Sorocabana por volta de 1905, a locomotiva passou então a pertencer a E.F. Sorocabana.

Assim, depois de operar na Ytuana e na Sorocabana, no ano de 1920 a Locomotiva a Vapor Nº 10 foi transferida para o trecho Santos – Juquiá, operando até 1933 e completando 60 anos de serviços. Depois de desativada, foi transferida para a cidade de Sorocaba para enfeitar os jardins da Administração da E.F. Sorocabana, onde permaneceu até 2002 e sofreu com ações climáticas e saques de vândalos.

Com a privatização de toda a rede ferroviária na década de 1990, a locomotiva passou a pertencer à Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) que a cedeu em comodato à Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), que em 2002 fechou convênio com o poder público de Indaiatuba, cedendo-a para fins turísticos e culturais da cidade.

Dados Técnicos da Locomotiva Nº 10

Ano de Fabricação: 1874

Fabricante: Baldwin Locomotive Works

Pais: Estados Unidos

Nº de série do fabricante: 3627

Classificação: 4-4-0

Tipo: American

Bitola: 1,00 m

Diâmetro dos cilindros: 45 cm

Curso dos pistões: 40 cm

Peso aproximado: 25.000 Kg

Comprimento: 12,5 m c/ Tender

Procedência: E.F. Ituana e E.F. Sorocabana

1ª Restauração: Engenheiro Lincon Palaia, em 6 de dezembro de 2002

2ª Restauração: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária de Campinas, em 10 de dezembro de 2021

Localização: Indaiatuba (SP)

Nota: Pertenceu ao imperador D. Pedro II, é a mais antiga locomotiva a vapor americana em condições operacionais no Brasil

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