17/12/2024

Analu: A história de milagre e superação da pequena nogueirense

Com menos de dois anos, a bebê precisou passar por uma delicada cirurgia na cabeça para retirar um tumor

Wagner Luan 

Quem vê hoje a pequena Analu Alves de Souza, brincando, sorrindo e se divertindo, não imagina que, apesar do pouco tempo de vida, ela é considerada um milagre pelos pais. Antes mesmo de completar dois anos, ela já passou por um centro cirúrgico e teve que enfrentar três procedimentos delicados na cabeça.

Nesta segunda-feira (16), ela completou dois meses da cirurgia que retirou um nódulo de sua cabeça e, para a alegria e fé de seus pais, não ficou com nenhuma sequela, o que é considerado um milagre tanto pelos médicos quanto pela mãe.

Analu ao lado dos pais, Fernanda e Adenilson, conhecido como Dum.

Foi a mãe quem decidiu compartilhar a história de milagre e superação da pequena Analu. Ela conta que, quando a bebê tinha um ano e três meses, percebeu que algo estava errado, pois Analu apresentou alguns sinais. “Percebemos que a Analu começou a ficar doente, ficou muito irritada, só queria peito e colo. Uma criança alegre e feliz, que antes socializava com outras crianças da creche, começou a se afastar e se tornar mais acanhada. O mais grave foi quando notamos que ela parou de andar e de gatinhar, só chamava a gente para pegar ela. Isso nos deixou desesperados, quando ela parou de andar”, relata Fernanda Santos de Souza.

Ela explica que as idas aos médicos não traziam resultados. “Levávamos ela ao médico e cada vez recebíamos um diagnóstico diferente. Alguns diziam que era gripe, outros achavam que era dente, dizendo que ela não tinha nada, que estava bem. Fomos ao Samaritano de Campinas, em Paulínia, onde disseram que ela estava com uma infecção urinária forte. Só que ela não melhorava, e todo dia eu a levava ao médico, mas nenhum diagnóstico dava certo. Isso foi nos deixando cada vez mais preocupados.”

Luz no fim do túnel

A história da pequena começou a mudar quando a mãe ouviu falar de um pediatra que atendia na clínica da cidade e poderia ajudar. “Nos falaram sobre o Dr. Luandre, então eu liguei, mas ele só tinha agenda para uma segunda-feira, e isso era numa quarta-feira. Eu desliguei e não marquei. Aí, a patroa do meu esposo viu a situação da Analu e disse que ela não podia esperar, ligou para lá e conseguiu um encaixe para a sexta-feira.”

Foi então que a mãe considera ter conhecido o primeiro anjo na vida da criança. “No dia marcado, fomos até ele, e o Dr. Louandre examinou Analu e disse que os sintomas indicavam algo grave no cérebro, na parte de trás da cabeça. Ele comentou que poderia ser um tumor.”

O médico escreveu uma longa carta e orientou os pais a procurarem o hospital Samaritano em Campinas, pois ela precisaria passar por uma cirurgia grave. “Ficamos tão atordoados que pegamos a carta e levamos para o hospital. Quando chegamos lá, eles viram a carta e imediatamente internaram ela.”

O choque do diagnóstico

Fernanda conta que Analu chegou fraca, com anemia grave, e foi muito difícil encontrar as veias para fazer os exames. “No sábado, fizeram uma nova tomografia, e a médica perguntou onde estava meu esposo. Eu disse que ele estava trabalhando, mas que ela podia me falar. Foi então que ela disse que minha filha tinha um tumor de quatro centímetros na cabeça. Eu não me lembro de mais nada, só perguntei se ela iria ficar bem, e a médica disse que não sabia. Ela também disse que Analu teria que ser transferida para o Boldrini, pois o hospital não tinha estrutura para realizar uma cirurgia dessa magnitude.”

Fernanda conta que, ao ouvir a notícia, pediu um tempo para ir à capela e rezar. Após falar com Deus, ela conseguiu entrar em contato com o esposo e lhe deu a notícia pelo telefone. Ele foi ao encontro dela. “Os médicos conversaram conosco e disseram que o tumor era grande para a idade dela, mas que só a biópsia poderia dizer se era maligno ou benigno. Quando você recebe uma notícia dessas, fica sem chão”, desabafa.

Como era um sábado, a garotinha ficou internada e só poderia ser transferida para o Boldrini na segunda-feira, mas seu estado piorou. “No domingo, ela foi para a UTI e convulsionou. O coração dela batia bem devagar, e eu não podia dar peito para ela, pois ela iria ser operada a qualquer momento. Só rezava por ela.”

Corte feito para a retirada do tumor

As cirurgias

Na segunda-feira, a pequena Analu foi transferida para o hospital Boldrini. Devido ao agravamento de seu estado, ela fez a primeira cirurgia na UTI, que foi a colocação de um dreno na cabeça. “O médico veio até mim e disse que não tinha dado tempo de levar ela para o centro cirúrgico e que a operação foi feita na UTI mesmo. Ele disse que, se tivesse demorado mais, ela poderia ter morrido, mas que, devido ao estado, ela poderia ter sequelas. Eu só disse a ele que ela não ficaria com sequelas.”

O primeiro procedimento retirou uma grande quantidade de líquido da cabeça de Analu, o que estava comprimindo seu cérebro. Após a cirurgia, ela acordou bem e respondeu aos sinais. Em seguida, os médicos informaram que ela faria a cirurgia para a retirada do tumor. “Eles explicaram os riscos, que ela receberia sangue, plaquetas, mas meu esposo e eu não raciocinávamos direito, apenas concordamos porque confiávamos neles e queríamos salvá-la.” A pequena ainda passou por um segundo procedimento para a corte do osso de sua cabeça.

Os médicos aguardaram alguns dias para que a cabeça de Analu desinchasse e acompanharam o processo com tomografias. Melhorando, Analu finalmente entrou no centro cirúrgico, onde foi retirado o tumor de sua cabeça. “Ela entrou às oito da manhã, e às três e meia da tarde ela saiu, já chorando. Ela nasceu de novo no dia 16 de outubro. Só tenho a agradecer.”

Após 15 dias, saiu o resultado da biópsia, e o tumor foi diagnosticado como benigno.

Analu ao lado do Dr. Louandre

Os anjos de Analu

Fernanda costuma dizer que Analu teve dois anjos em sua vida: um foi o Dr. Louandre, que foi o primeiro a diagnosticar o problema grave, e o outro foi o Dr. Dayvid, que chegou com ela no Boldrini, percebeu a gravidade do caso e fez a cirurgia de emergência, além da equipe médica que foi fundamental nesse processo. “Eu digo que tudo foi obra de Deus, que colocou esses anjos em nossa vida.”

A pequena ao lado da equipe médica

O poder da fé

Fernanda afirma que a fé foi seu combustível para enfrentar os momentos difíceis com a filha. “Se não fosse a fé, eu não teria conseguido passar por tudo isso. Deus agiu o tempo todo e carregou ela no colo. Quando fechamos os olhos, vemos Deus agindo. Eu digo que as pessoas do Boldrini são instrumentos de Deus na terra. Quando ela chegou lá desfalecida, passando mal, eu a entreguei nas mãos deles e eles fizeram o melhor. Deus esteve conosco o tempo todo, nos acalmando, até nos momentos de maior angústia. A gente via Deus nos detalhes, nos dando sinais de que tudo iria terminar bem. Para mim, Analu é um milagre, porque ela fez todos os procedimentos necessários, com urgência, e não teve nenhuma sequela. Isso é porque Deus agiu.”

A pequena Analu já voltou à sua rotina e agora sorri, dança e vive como toda criança deve ser.

Parte da equipe que cuidou da bebê

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