Após sobreviver a cirurgia cardíaca de emergência, nogueirense compartilha história de superação
Carlos Camillo, que é atleta de corrida, também alertou sobre a importância da atividades física
Wagner Luan
Há um ano, o mecânico de manutenção Carlos Eduardo Camillo, de 55 anos, passou por um grande susto. Apesar de ter uma vida marcada por intensa prática de atividades físicas, como corridas de rua e outros esportes, ele foi surpreendido por um grave problema de saúde. Durante um exame de rotina, descobriu que tinha cinco artérias do coração obstruídas e precisou passar por uma cirurgia de emergência. Nesta sexta-feira (29), ele celebra um ano de recuperação e decidiu compartilhar sua história com o objetivo de conscientizar outras pessoas.
“Eu praticava esportes, era muito ativo e descobri esse problema no coração. Então, todos nós estamos sujeitos às surpresas que a vida nos traz”, disse ele.
Os primeiros sinais
Camillo, morador do Jardim do Lago, conta que os primeiros sinais de que algo não estava normal surgiram em 2022, durante uma prova de atletismo. “Sempre fiz atividades físicas intensas: corrida de rua, spinning, body pump e musculação. Estava acostumado à fadiga, mas, correndo a São Silvestre de 2022, nos últimos 5 km senti uma ligeira indisposição. Foi um alerta”, relata.
Ele enfatiza que sempre realizou exames médicos regulares e que os resultados indicavam excelentes condições cardiorrespiratórias.
A piora dos sintomas
No entanto, segundo Camillo, os sintomas começaram a piorar no início de 2023. “Entre janeiro e agosto, a fadiga e a indisposição estomacal evoluíram gradativamente. Comecei a tratar refluxo, mas sentia que era algo mais sério. Após passar por vários eletrocardiogramas no pronto-socorro, sem resultados conclusivos, solicitei ao Dr. Lobão, um anjo na minha trajetória, um teste ergométrico para esclarecer a situação. Como ele não podia realizar o exame pelo SUS, decidi fazê-lo de forma particular, em Campinas. O resultado foi alarmante: obstrução grave no coração.”
O susto e a cirurgia
Com o resultado em mãos, Camillo retornou ao médico, que agendou um cateterismo para o dia 21 de novembro. “Durante o exame, veio a notícia: cinco artérias obstruídas, com bloqueios de 98%, 90%, 80% nas três principais e entre 40% e 60% em outras duas. Fui direto para a UTI, onde fiquei por nove dias, passando por exames e enfrentando um período difícil. Você acredita que a morte é quase certa, mas recorre à fé, que, mesmo enfraquecida no início, é fortalecida com o tempo.”
Durante sua internação no Hospital Regional de Jundiaí, Camillo passou por inúmeros exames e tratamentos até estar apto para a cirurgia. “A equipe do hospital foi incrível, verdadeiros anjos. A cirurgia foi um sucesso. Mesmo com cinco pontes [arteriais], minha recuperação foi surpreendente. Já estava caminhando na UTI no dia seguinte à operação.”
A importância da atividade física
Para Camillo, o hábito de praticar atividades físicas foi crucial para sua recuperação. “O esporte foi fundamental para que tudo acontecesse de forma rápida e eficiente. Apesar de toda a dor e dificuldade, acredito que a atividade física feita de forma orientada e responsável pode ser um divisor de águas na saúde.”
Ele reflete sobre a mudança de perspectiva após o susto: “Na UTI, percebi que a vida é frágil. Passei a valorizar mais as pequenas coisas, a família e a rotina. Alimentação regrada e exercício físico são importantes, mas a vida pode nos surpreender.”
Apoio da família, amigos e fé
Camillo destacou a importância do suporte que recebeu. “Minha esposa foi meu maior pilar, dedicando-se completamente. Minha gratidão também vai para meus amigos, filhas e netas, que fortaleciam meu ânimo a cada visita. Pessoas como a Andrea [Capato], da Academia Corpo In Forma, e o Mário Henrique, meu personal trainer, também foram essenciais.”
Ele ainda ressalta a fé como um elemento central em sua recuperação. “Acreditei em Deus, nos profissionais que me trataram e nos amigos que surgiram de várias formas. Recebi muito apoio, algo que nunca poderei retribuir completamente.”
Uma nova rotina
Atualmente, Camillo voltou aos treinos, mas ainda não está praticando corridas. “Recebi alta do cardiologista e posso levar uma vida normal, com algumas restrições. Não é a mesma coisa de antes, mas estou vivo, e isso basta.”
Ele também reforça a importância da conscientização sobre a vida saudável: “É fundamental praticar atividades físicas com orientação profissional para evitar riscos e obter qualidade de vida. Meu objetivo agora é alertar outras pessoas sobre os perigos do sedentarismo.”
Camillo finaliza com uma mensagem de esperança. Ele tem compartilhado sua experiência com pacientes que têm medo de enfrentar cirurgias cardíacas. “Fui convidado para conversar com essas pessoas e mostrar que não é o fim. Hoje, ganhei quatro novos amigos que, com minha influência, decidiram enfrentar a cirurgia e agora estão bem. Nesta vida, precisamos de bons amigos e de alguém para segurar nossa mão nos momentos difíceis.”
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