Corte de árvores em Artur Nogueira gera polêmica
Moradores mais antigos alegam que árvores eram centenárias e tiveram desenvolvimento interrompido
Diego Faria
A poda e o corte de grandes árvores existentes nos arredores do prédio do Teatro Municipal Rene Marcos Posi, em Artur Nogueira, revoltou alguns moradores do município. Os reclamantes alegam que algumas das plantas eram de datação centenária e que não voltarão mais a ter o mesmo porte e exuberância de antes.
Ao que indica os moradores mais antigos da cidade, entre as árvores serradas estão espécies centenárias, que já existiam quando o município ainda era denominado como Distrito de Paz de Artur Nogueira, em meados de 1916, antes mesmo da construção do antigo prédio do EMEF Francisco Cardona, construído e inaugurado em 1920. Vale lembrar que o município foi emancipado apenas em 1949.
O trabalho de poda de galhos e o corte de troncos das referidas árvores teve início há cerca de uma semana pela prefeitura de Artur Nogueira.
Assim que notaram a execução do serviço por funcionários do setor, alguns dos moradores se manifestaram pelas redes sociais a fim de expor a opinião sobre o ocorrido. É o caso do nogueirense Moacyr Carmona, de 75 anos.
“Ali [entre as árvores] morava uma Sabiá que criava filhotes há mais de 10 anos naquelas árvores. Eles cortaram tudo sem nem pesquisarem sobre que árvores eram aquelas. Eu sou totalmente contra o que fizeram, pois haviam árvores centenárias, nativas e de lei que estão naquele lugar, como a Sucupira, a Sibipiruna e o Pau Ferro, que não vão mais crescer e se desenvolver”, lamenta Carmona.
O morador afirma ainda que chegou a acionar os departamentos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente em Brasília (DF), porém, os setores informaram que não tinham como intervir no caso e somente a prefeitura de Artur Nogueira poderia resolver o impedir o problema.
Um outro morador, que preferiu não se identificar e que terá nesta matéria o pseudônimo de José Silva, tem 94 anos, e reside em Artur Nogueira há pelo menos 90 anos. Ele relata que as árvores recém cortadas estão plantadas aos arredores do Teatro Municipal desde que ele se recorda em morar na cidade.
“Eu estou com 94 anos e, desde que eu me lembro de viver aqui em Artur Nogueira, elas [as árvores] já estavam plantadas lá. Vi elas crescerem e gostava muito de sentar embaixo das sombras delas. São árvores de nome, como o Pau Ferro, coisa que quase não se encontra mais nas cidades aqui no Estado”, reflete Silva.
Prefeitura
O Portal Nogueirense solicitou um parecer da prefeitura a respeito do corte das árvores. Em nota, o setor informou – por meio da secretaria de Meio Ambiente – que, “por decorrência da reforma que acontecerá no Teatro Municipal, as árvores que estão em torno do local estão sendo podadas e algumas, infelizmente, cortadas. As árvores retiradas são aquelas que estão prejudicando o prédio e as construções vizinhas, além da antiga Biblioteca.
As raízes estão causando danos estruturais e as folhas acúmulos de resíduos no telhado. A copa das árvores ocupa mais de 50% do telhado”. Segundo, o Poder Executivo, o órgão “realiza essa intervenção para que seja possível a reforma e conservação dos prédios, mas, também, se preocupa com o meio ambiente e realiza permanentemente ações de plantio. No dia 12 de janeiro, por exemplo, em parceria com a igreja católica realizou o plantio de 200 árvores no Balneário Municipal“.
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