12/08/2020

Faveri diz que alertou sobre contratos e apontamentos feitos pelo TCE na gestão Vicensotti

Vereador usou seu tempo de fala livre para pedir que os colegas tomem um posicionamento em relação aos relatórios

Da redação

Durante a 17ª sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Artur Nogueira, realizada na noite de segunda-feira (10), o vereador Rodrigo de Faveri (PTB) disse que já tinha feito alertas sobre os contratos e outras situações apontadas em um relatório feito pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). O órgão reprovou as contas de 2017, primeiro ano da gestão de Ivan Vicensotti (PSB).

Faveri iniciou seu discurso falando de uma situação em que foi até a Prefeitura para analisar contratos da administração. “O tempo é o senhor da verdade. Eu me recordo do dia que desci na Prefeitura e estava analisando os contratos da Eteng, quando o irmão do senhor prefeito entrou na sala e perguntou se eu não tinha serviço para fazer. Me chamou de vagabundo porque eu devia estar trabalhando e não devia estar ali e que se sentia constrangido de me ver analisando os contratos”, lembrou o vereador.

Ele também disse que tentou ajudar o prefeito ao longo do primeiro mandato. “Todos vocês aqui são provas vivas de que mesmo eleito do lado contrário da política, em 2017 tentei com a maior boa vontade, sem nenhum tipo de barganha, focado em visar o bem comum, ajudar a gestão Ivan Vicensotti. Fui até acusado de mudar de lado durante todo esse ano [2017], na mais pura vontade, sem querer nada em troca, acreditando que eu tinha que cumprir e devo cumprir o meu juramento se servir a população”, afirmou.

“Quando de uma forma muito desagradável eu enxerguei que a intenção do prefeito e daqueles que o rodeia não era a mesma intenção que eu tinha, que muitos de nós que aqui estamos têm, que é de ajudar no desenvolvimento e no progresso de nossa cidade, eu me tornei oposição fazendo aquilo que me é de direito fazer nessa casa, fiscalizar os contratos com este da Eteng”, completou.

Ele também rebateu a informação de que não deixa o prefeito trabalhar. “Eu não deixo fazer o que tem que ser feito, mas deixar gastar R$ 20 milhões pagando uma empresa que no começo de 2018 eu fui ver o contrato e alertei aqui, não uma, nem duas vezes? Fiz o meu trabalho aqui dentro. Tenho a sensação de dever não cumprindo, por não ter interrompido esse processo, mas respeito a democracia e não cabia só a mim, mas a minha parte eu fiz”, afirmou.

Em seguida, ele enumerou uma séria de requerimentos que apresentou ao logo do mandato cobrando informações de itens que foram apontados no relatório do Tribunal. “Seria uma mal presságio? Não tenho esse dom, mas tava mais na cara de que fio de barba [os apontamentos], quem lembra que eu trouxe aqui os pacotes de mantimentos dizendo que eles estavam pagando caro, rasgaram documentos lá no almoxarifado, para apagar provas”, apontou.

Para Rodrigo, o papel do vereador é buscar a verdade. “Vereador serve para muitas coisas, mas uma delas, é respeitar a democracia, e se esse gestor que ai esta não estiver cumprindo suas atribuições, afaste-o. Não consegui, mas agora no momento que todos nós pensamos na alternância de poder, não seria esse momento em que as eleições estão às portas, será que não é preciso interromper esse processo  ainda que à porta das eleições”, cobrou.

“Até dezembro ainda podem ser pagos mais R$ 10 milhões a essa empresa e nós vamos ficar aqui assistindo, esperando uma promotora fazer o trabalho de 12 homens?”, questionou os colegas.

“Eu quero analisar, julgar e interromper esse processo. Temos que trazer aqui alguma solução antes que tudo aconteça ou nós estamos preocupados só com a nossa reeleição. Vamos fazer o que nos cabe aqui”, frisou.

E concluiu. “Pior que esse povo e os que o rodeia que infelizmente enganou a população, são aqueles que se juntam a eles no período eleitoral”, finalizou.

A próxima sessão ordinária da Câmara de Vereadores acontece na segunda-feira (17), a partir das 19h30, sendo transmitida online pelo site da Casa Legislativa.

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