TEKA: Greve dos funcionários continua sem previsão para terminar
Segundo sindicato, empresa não se pronunciou até o momento
Paulo Holdorf / Gregory Pereira
A greve dos funcionários da Teka de Artur Nogueira, iniciada no dia 25 de março, ainda continua sem data prevista para terminar. Os trabalhadores reivindicam que a empresa pague o décimo terceiro e regularize o salário. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Campinas, a empresa sediada em Blumenau-SC, ainda não se posicionou com relação ao movimento.
“A Teka não deu posição nenhuma com relação ao pagamento de salários. Foi feita uma assembleia aqui hoje (quinta-feira, dia 11) e os grevistas decidiram continuar o movimento até que deem um prazo para efetuar os pagamentos. Hoje, também teremos uma reunião no Ministério Público de Campinas com o objetivo de forçar a empresa dar pelo menos um retorno. A greve não tem previsão para acabar”, afirma o diretor do sindicato, Josué Fussi Veloso.
Ainda segundo Josué, as negociações com a empresa chegaram a avançar em um determinado momento, pois alguns trabalhadores tiveram parte de pagamentos recebida referente ao mês de fevereiro. “Acharam que com isso os trabalhadores iriam voltar, mesmo sem definir o pagamento dos futuros salários. Pelo que estou percebendo, a adesão é bem maior que 70%, neste momento. Tem um mínimo de pessoas que ainda trabalham lá dentro. A situação da empresa, pelo o que vejo aqui do lado de fora, parece que está se agravando e não melhorando. A maioria dos grevistas está entrando com processo pedindo desligamento da Teka”, afirma o diretor da Teka.
Mesmo com a greve, uma placa ao lado do portão principal da Teka anuncia que existem vagas na empresa. Josué comenta sobre a situação: “É um absurdo. Pois não conseguem nem pagar quem trabalha. Mesmo que os grevistas voltem a trabalhar, a Teka não vai conseguir funcionar com a sua capacidade normal. O que temos de informação é que o pouco de pedidos que a empresa tem, se encerram amanhã. E a partir de semana que vem, não tem previsão alguma de trabalho. Mas essa é uma informação que ainda não temos certeza, é extraoficial, então não posso afirmar se é verdadeira ou não”, afirma o presidente do sindicato.
Funcionário da empresa há mais de 20 anos, Otair de Souza, acredita que a Teka dificilmente voltará ao normal. “Em primeiro lugar, a pior coisa são as contas que chegam em casa. Hoje tenho oito mil reais para receber da empresa. Tem todo esse dinheiro para receber, mas ao mesmo tempo não tenho nada comigo, nenhum centavo. Trabalho na Teka há 21 anos e nunca vi uma situação grave como essa. Estou desde novembro sem receber. Acho que a Teka chegou no fim do poço e não levanta mais. Sou uma pessoa bastante otimista, mas infelizmente o meu otimismo acabou, o ciclo da Teka em Artur Nogueira chegou ao fim”. Segundo Otair, vários trabalhadores já estão tentando outros empregos, por conta da falta de dinheiro.
Sem posicionamento
A equipe de Jornalismo do Portal Nogueirense tentou contato várias vezes com a sede da Teka, localizada em Blumenau – SC, mas até o momento não conseguiu falar com nenhum responsável.
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