Grupo de Artur Nogueira faz campanha para crianças internadas na Unicamp

Depois que Felipe morreu aos sete anos de idade sem um laudo que identificasse as causas, a mãe e a tia do menino criaram o grupo Sonhar, Nunca Desistir. Não fosse as tantas idas e vindas da Pediatria do Hospital da Unicamp, a necessidade das crianças acamadas lhes passariam aos olhos junto com as histórias e lágrimas presas nas quatro paredes que rodeiam os leitos daquele lugar.

É que foi tão triste como tudo aconteceu. A vida do garoto fora curta demais e cheia de dor. Sem a amenização do sofrimento assistido pela visita dos grupos filantrópicos, dos palhaços, dos doutores da alegria… a melancolia seria iminente.

Começou aos três anos com uma meningite tipo C, curada no mesmo ano. Aos cinco viriam os primeiros sintomas do que lhe quitaria a vida: fortes dores de cabeça somado a uma infecção na garganta. A infecção, curada no mesmo ano. As dores de cabeça, não. Aos sete as dores aumentaram: da cabeça para as juntas, para os membros, para as costas, e um tratamento teve de ser iniciado na Pediatria da Unicamp. Antes de completar oito, nem uma viagem que a família planejou ao Paraná teve sucesso porque a volta foi iminente aos primeiros sintomas. Daí foram dias para o cérebro da criança desfalecer, e morrer com ele todo o corpo.

“Os médicos falaram que a causa da morte poderia estar no cérebro, mas como já havia  passado algum tempo não teriam como descobrir. E ele morreu assim, sem sabermos o porquê”, explica a tia de Felipe, supervisora de recursos e processos Luciane Helena do Nascimento.

Depois da morte de Felipe a família se uniu pelos outros ‘felipes’ em tratamento na Pediatria da Unicamp. É que quando o menino estava lá e algum grupo aparecia com um brinquedo, com um doce, com um sorriso, com uma lembrança, Felipe esquecia-se das dores e ria do momento. A mãe também. Sabia que era amenizado o sofrimento naqueles gestos de bondade.

‘Sonhar, Nunca Desistir’ veio para dar continuidade ao sorriso de Felipe. O grupo conta com oito pessoas, entre amigos e parentes. A primeira ação aconteceu em dezembro quando conseguiram, por meio de doações em dinheiro, levar balões de gás e chocolates às crianças da Pediatria. Depois foram na Páscoa, com coelhos e doces, e também no Dia das Mães – para aconchegar e fazer feliz aquelas que permanecem ao lado dos filhos.

Agora, em julho, a equipe está unida novamente para fazer uma festa junina. Eles precisam de milho de pipoca, canjica, amendoim, roupas para recém nascidos e voluntários, dispostos a doarem esses alimentos e doarem tempo. “A gente faz tudo em casa e todo mundo trabalha. Então separamos os finais de semana para organizarmos as coisas para eles”, conta Luciane. “Minha irmã sempre fala que se o filho dela soubesse o que ela faz a essas crianças, com certeza ficaria feliz.”

Para ajudar o grupo o contato é com Luciane no (19) 9 9234-5334.