05/01/2014

HISTÓRIA: Bloco da Vaca completará 84 anos em 2014

HISTÓRIA A Vaca já pode ser considerada como um dos mais tradicionais blocos de Carnaval de rua do interior paulista. A brincadeira começou na década de trinta, com algumas famílias tradicionais de Artur Nogueira, que inspiradas nas touradas espanholas, criaram a folia. No começo só os homens saiam fantasiados. Hoje, é uma atração para todos […]

HISTÓRIA

A Vaca já pode ser considerada como um dos mais tradicionais blocos de Carnaval de rua do interior paulista. A brincadeira começou na década de trinta, com algumas famílias tradicionais de Artur Nogueira, que inspiradas nas touradas espanholas, criaram a folia. No começo só os homens saiam fantasiados. Hoje, é uma atração para todos os públicos, inclusive para as crianças.

Vaca em 1930 / foto: Grupo Fotos Antigas

Uma brincadeira que toma conta da Avenida Dr. Fernando Arens há 84 anos, em que homens se vestem de mulher e mulheres se fantasiam de homem. A diversão se resume em levar chifradas de uma vaca confeccionada de cipó, espuma e pano, ao som de uma bateria que contagia a todos.

Cerca de um mês e meio antes do Carnaval, a carcaça da Vaca começa a ser construída. Seus construtores saem atrás de materiais, reúnem a turma e colocam a mão na massa. A Vaca é confeccionada com cipó, amarrado com arame e borracha. Para fazer a cabeça, é utilizada a de uma Vaca de verdade. “Aí é só colocar na rua que ela ganha vida sozinha”, diz Lelo Townsend.

Lelo tem 80 anos de idade e é considerado como o ‘pai da Vaca’. “Ela não tem dono! É do povo. Nasceu de um costume e ganhou força através dos tempos. Sou a pessoa mais velha que ainda lida com o bloco e posso garantir que ela vai continuar existindo, simplesmente porque ela vive dentro de cada nogueirense”, afirma.

Lelo, o pai da Vaca

Segundo Lelo, o bloco de antigamente era um pouco diferente do que é visto hoje na avenida. Naquela época tinha a ‘Banda do Boi’, que era um verdadeiro desfile. Com direito a uma banda de verdade seguindo a folia. Sempre existiu a ideia de homem se vestir de mulher e sair levando chifradas, mas com o passar do tempo, a Vaca foi perdendo um pouco da sua característica inicial.

O organizador da vaca ainda diz que antigamente o povo tinha medo da Vaca. “Quando ela saía na rua as pessoas fugiam, tornando a situação engraçada. Hoje, devido ao grande número de foliões, a Vaca se esforça para conseguir sair do lugar, tamanha é sua popularidade. As pessoas gostam de ver ela ganhar velocidade e chifrar quem der bobeira”, afirma.

O secretário de Cultura considera o Bloco da Vaca como uma parte muito importante da história do município de Artur Nogueira. “O município de Artur Nogueira tem 64 anos de emancipação política, ou seja, a cidade existe há 64 anos. A Vaca existe há 84 anos! Ela é mais velha do que a própria cidade. Mostra que temos uma cultura e raiz muito forte. Enquanto estive como vereador, tombei o Bloco da Vaca como patrimônio histórico imaterial de Artur Nogueira. Não tem nada de mais forte do que a Vaca na cidade. Pra se ter uma ideia, no Brasil existem três blocos de Carnaval tombados como patrimônio imaterial: Cacique de Ramos, Galo da Madrugada e a Vaca. Ela é um orgulho para todos nós”, defende Gugu.


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