Linha com cerol fere menino de 12 anos em Artur Nogueira
Garoto foi levado para o Pronto-socorro e recebeu 15 pontos no antebraço. Autoridades alertam para o perigo
Rafaela Martins
Com o início das férias as brincadeiras se espalham pela cidade. Soltar pipa é uma prática bem comum no município neste período do ano. O problema é que essa brincadeira pode ser o vilão das férias. O cerol, mistura de vidro e cola passado na linha da pipa, tem trazido preocupação para as autoridades.
Nesta semana, um menino de 12 anos se cortou ao tentar empinar uma pipa. O caso aconteceu anteontem, quarta-feira (25), no Jardim de Faveri. Segundo o Boletim de Ocorrência, o menino estava em frente a oficina do pai quando cortou o antebraço esquerdo. Ele foi levado ao Pronto-socorro Municipal de Artur Nogueira (PSM), onde foi atendido e medicado. O ferimento teve 7 centímetros de comprimento e precisou de pontos internos e externos.
Segundo o comandante da Guarda Municipal, Hélio dos Santos, a brincadeira poderia ser fatal. “O que era para ser uma brincadeira saudável passou a ser perigosa. Se a linha tivesse pegado no pescoço a brincadeira poderia não ter acabado bem”, afirma o comandante.
Para o pai do menino, o mecânico José Antônio Barbosa, a notícia trouxe grande desespero. “Eu estava trabalhando em minha oficina quando ele veio gritando pela rua. Quando vi que era um corte profundo e estava sangrando muito, larguei o que estava fazendo e levei-o imediatamente ao Pronto-socorro. Foram 15 pontos. O susto foi grande e como pai é muito ruim saber que se meu filho está na rua, ele está exposto a tudo isso”, relembra Barbosa.
A substância conhecida como “cerol” é uma cola normalmente utilizada para madeira misturada com vidro moído. A linha da “pipa” é colocada nessa mistura que, após secar, fica cortante.
Podendo colocar em risco a vida dos nogueirenses, o uso do cerol é proibido por leis estaduais e municipais. Em 2006 foi sanciona a lei de número 12192/06, pelo governador Geraldo Alckmin, proibindo esse uso. Em Artur Nogueira, os vereadores Zé Creme (PMDB) e Silvinho Conservani (PV) foram os autores da Lei Municipal de número 2943, criada em 2009, que também proíbe a compra e venda do produto. Ambas as leis determinam que se essas normas não forem acatadas o produto é apreendido e o comprador ou vendedor do produto pagará multa.
Como pai, Barbosa pede uma fiscalização mais efetiva contra a venda e uso do cerol para que outros acidentes não aconteçam. “Acredito que a solução para esse mal é a fiscalização mais apurada de lugares que vendem isso. São fiscalizadas tantas outras coisas e o cerol acaba passando desapercebido. O uso desse produto tem que acabar porque é muito perigoso. Já vi casos de pessoas que perderam a vida por causa disso. Esse produto não pode ser vendido”, afirma o mecânico.
O comandante da Guarda Municipal acrescenta que a conscientização começa dentro de casa. “Nós queremos pedir a colaboração da população para que essas fatalidades não aconteçam com nossos filhos. Temos que orientar e estar atentos as brincadeiras que as nossas crianças estão envolvidas para que possamos minimizar o auto índice do uso de cerol. Lembrando que se a população ver esse produto sendo usado ou vendido em qualquer lugar deve denunciar”, orienta Santos.
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