Médico de Artur Nogueira divulga carta sobre medidas protetivas e faz alerta

Da redação

O Portal Nogueirense reproduz a carta aberta escrita pelo diretor clínico da Secretaria de Saúde de Artur Nogueira, o cardiologista Wilson Andrade Barbosa, sobre medidas restritivas da nova fase emergencial do governo paulista. Leia a opinião, mensagem e alerta do profissional que está à frente dos cuidados e equipes de saúde durante a pandemia em Artur Nogueira.

“É evidente que a população não pode continuar descuidada da forma como vem se mostrando. Porém, nenhuma medida restritiva parcial irá solucionar o problema da propagação do coronavírus. Enquanto  houver pessoas circulando sem necessidade e se aglomerando, o vírus continuará muito mais ativo e infectando sem parar.

No entanto, as pessoas precisam trabalhar e as empresas têm que faturar para que um mal maior não venha ocorrer.

Vejo que os setores não essenciais da economia podem continuar trabalhando de portas semi-abertas e com maior rigidez nas medidas sanitárias básicas e no distanciamento de clientes e funcionários. Mesmo que formem filas no exterior dos estabelecimentos comerciais, o distanciamento acima de 1,5 metro deverá ser observado com rigor por meio de sinalização no solo, além é claro de todos estarem com máscara cobrindo boca e nariz.

A situação da COVID-19 está cada semana mais critica em nosso município de Artur Nogueira.

Os casos positivos de coronavírus e de procura por atendimento médico estão no auge nos Pronto Atendimentos (PAs). É notório, também, que alguns munícipes vem procurando atendimento e tratamento médico em hospitais da região, como os de Limeira e Campinas por conta de seus convênios médicos.

Esses casos positivos de COVID-19 devem continuar aumentando no nosso município, pois a taxa de transmissão já deve estar acima de 1.0.  E assim sendo, nosso sistema de saúde deverá ficar totalmente colapsado, sem condições de oferecer um atendimento e tratamento adequado. Nesta semana, o Hospital Bom Samaritano ficou lotado de pacientes internados com todas suas UTIs e Alas ocupadas.

Restaram, apenas, alguns poucos leitos no setor do Pronto Socorro SUS, com condições de atendimento adequado, porém a curto prazo. Outros casos que necessitam de internação via CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) não estão captando os casos mais graves, por superlotação.

Entendo que as medidas do governo estadual é de difícil aplicação, tanto no aspecto econômico-social quanto político.  Acredito e confio no melhor consenso e parecer final da nossa equipe da secretaria da saúde”.

Descreve o médido.

Fotos: Arquivo pessoal e divulgação

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