‘Melhorias, sim; pedágio, não’, diz Capato sobre projeto de pedágio entre Artur Nogueira e Holambra
Em audiência pública, o ex-prefeito das cidades criticou o projeto da construção de uma praça de pedágio na Rodovia SP-107

O ex-prefeito de Holambra e Artur Nogueira Celso Capato participou de audiência pública sobre o projeto de concessão de rodovias à iniciativa privada, realizada nesta terça-feira (11) em Mogi Guaçu – imagem: reprodução/redes sociais Celso Capato
Da Redação
O ex-prefeito de Artur Nogueira e Holambra, Celso Capato, usou seu tempo no plenário durante uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de Mogi Guaçu, nesta terça-feira (11), para criticar o projeto de construção de uma praça de pedágio entre as cidades.
A audiência foi uma das três programadas para esta semana, para tratar da apresentação do projeto de concessão do lote rodoviário Circuito das Águas, que inclui o estudo da privatização da SP-107. Além da sessão em Mogi Guaçu, houve uma em Campinas, na segunda-feira (10), e outra em São Paulo, também na terça-feira (11).
Em vez da construção de um novo pedágio, Capato sugeriu que fossem mantidos os já existentes e que as rodovias fossem melhoradas, incluindo a duplicação das vias de acesso a cidades como Artur Nogueira e Santo Antônio de Posse.
Com foco na SP-107, o ex-prefeito destacou que a rodovia “impacta bastante na questão dos trabalhadores de Artur Nogueira, que são cerca de 2.500 pessoas que trabalham diariamente em Holambra”, e atribuiu a mesma quantidade a Santo Antônio de Posse.
“Quando eu vejo que uma pessoa vai sair de Artur Nogueira, um produtor vai levar sua produção de lá, e às vezes ele tem que vir duas ou três vezes de Artur Nogueira para Posse, ou vice-versa, e ele tem que pagar pedágio para ir e voltar, isso vai impactar não só na economia e na renda das famílias, das pessoas, mas também vai prejudicar a cidade e deixar o frete mais caro”, criticou.
Já é prevista, pelo governo do estado de São Paulo, a concessão da Rodovia Prefeito Aziz Lian (SP-107) à iniciativa privada. No projeto, estão também planos para a duplicação da via e construção de passarelas. O modelo de pedágio com o Sistema Automático Livre (Free Flow) substituirá as praças tradicionais, e a tarifa, segundo o projeto, terá redução de até 40% para duplicações e 10% para faixas adicionais. Quem utiliza TAG (dispositivo de pagamento automático de pedágios e estacionamentos) terá 5% de desconto automático.
O projeto está em fase de consulta pública até 21 de março e deve contar com a participação da sociedade na definição do modelo definitivo. O edital será publicado em maio de 2025, com leilão previsto para setembro e a assinatura do contrato em janeiro de 2026.
O governo estadual confirmou os estudos para a privatização por meio de nota ao Portal ON; leia trecho abaixo:
“A Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI) informa que a Rodovia Prefeito Aziz Lian (SP-107) faz parte do projeto de concessão do Circuito das Águas, atualmente em fase de consulta e audiência pública. O projeto prevê investimentos para a modernização da infraestrutura e a melhoria da segurança viária (…) Entre Artur Nogueira e Holambra, estão previstas obras de duplicação e a implantação de marginais após o entroncamento com a SP-340, no Park Residencial Palm Park e em Posse de Ressaca. O trecho contará com a implantação de rotatórias para melhoria da fluidez e duas passarelas. A definição das obras específicas será consolidada após o processo de consulta pública e ajustes técnicos.”
A Rodovia SP-107 é muito utilizada por motoristas que trabalham em Holambra, Jaguariúna, Santo Antônio de Posse e Campinas, tem grande quantidade de empresas e grande fluxo de caminhões de frete.

Trecho de rodovia em Holambra – imagem: reprodução
Capato utilizou o pedágio da SP-340 como exemplo e sugeriu melhorias nas rodovias. “‘Ah, o pedágio da [rodovia] 340 é um pedágio até lucrativo’. Uma sugestão: deixa ele como está. Vamos fazer essas melhorias, que são necessárias e já eram para ter sido feitas há muito tempo, e deixa esses outros lugares sem pedágio.”
“Quem sai de Holambra para Campinas já paga o pedágio e vai continuar pagando, quem sai de Santo Antônio de Posse vai continuar pagando, quem sai de Artur Nogueira para ir para Campinas, e Cosmópolis [para Campinas], já está pagando… Continua. Mas faz as melhorias. Leva a duplicação até Artur Nogueira, leva a duplicação até Santo Antônio de Posse”, sugeriu.
Em uma publicação em redes sociais, o ex-prefeito voltou a comentar a audiência e afirmou que continuará investindo em lutar por melhorias nas rodovias. “Não concordamos com o pedágio, pois vai impactar a economia das duas cidades, e, principalmente, o bolso do trabalhador que usa esta rodovia para se deslocar ao trabalho, tanto de Artur Nogueira quanto de Santo Antônio de Posse. A luta vai continuar. Duplicação, sim, melhorias, sim, mas pedágio, não”, escreveu.
O prefeito de Santo Antônio de Posse, Ricardo Cortez, também esteve na audiência desta terça e criticou as mudanças na SP-107. Para Cortez, não há benefícios na construção de uma praça de pedágio na rodovia, e a adição atrapalharia a cidade. “Uma praça de pedágio do lado da Posse, na frente do Veiling. O que eu estou sendo beneficiado com isso? E Santo Antônio de Posse? Nada. Então [sou] contra essa praça, eu sou contra”, declarou.
A concessão do lote Circuito das Águas abrange cerca de 533 quilômetros de rodovias, incluindo trechos atualmente sob a administração do DER/SP e da concessionária Renovias. O projeto prevê a duplicação de segmentos das rodovias SP-354, SP-324, SP-332, SP-342, SP-063, SP-095, SP-008, SP-360, SP-133 e SP-107, além da adição de faixas na SP-340 e da construção do Contorno de Águas da Prata.
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