Mulheres na linha de frente da luta contra a Covid-19 Artur Nogueira
Michael Harteman Seja na história, de maneira impessoal, ou no cotidiano do nosso dia a dia, é fácil encontrar uma mulher capaz transformar realidades. A garra, o foco, o poder de enxergar o cenário como um todo, a capacidade incrível de realizar várias tarefas ao mesmo tempo e a aptidão de pensar no próximo são […]
Michael Harteman
Seja na história, de maneira impessoal, ou no cotidiano do nosso dia a dia, é fácil encontrar uma mulher capaz transformar realidades. A garra, o foco, o poder de enxergar o cenário como um todo, a capacidade incrível de realizar várias tarefas ao mesmo tempo e a aptidão de pensar no próximo são apenas algumas das dezenas – se prestar atenção, centenas – das qualidades do sexo feminino.
Basta uma rápida pesquisa em um buscador na internet para encontrar as diversas conquistas delas ao longo dos séculos. Outrora desprezadas, as mulheres de hoje já cansaram de provar que não são coadjuvantes – nunca foram – da história da humanidade. Mesmo que um desavisado, ainda nos dias de hoje – haja paciência com esses – não consiga compreender o poder de uma mulher, elas continuam agindo como verdadeiras protagonistas.
O momento atual é difícil. Estamos enfrentando uma verdadeira guerra contra a pandemia do coronavírus. Quando o assunto é guerra, a figura do homem forte e corajoso, lutando enquanto as mulheres amedrontadas os esperaram em casa, pode surgir no imaginário coletivo. No entanto, a realidade atual é bem diferente disso. Basta uma rápida pesquisa para constatar que elas são a maioria na linha de frente do combate contra a pandemia.
Fabiana Rosa do Nascimento
A luta de Fabiana Rosa do Nascimento para ser uma profissional de saúde começou faz tempo. Para pagar os estudos ela atuava como frentista em um posto de gasolina. “Fiz o curso atuando nessa profissão, dou muito valor aos frentistas”, comenta. O incentivo em fazer o curso de enfermagem veio da irmã. “Ela fez o curso primeiro e através desse incentivo eu fiz técnico em enfermagem e depois me graduei”, conta.
Com muita garra e dedicação, Fabiana foi adquirindo conhecimento e experiência. “Passei por diversos momentos ao longo desses meus 21 anos na área, atuei no combate do H1N1, passamos por ela, agora tem a pandemia da Covid-19, já passei por hospital de campanha e fiquei bem perto de todo o processo”, ressalta Fabiana. A enfermeira, acostumada a vencer na vida, luta e enfrenta todos os perigos da pandemia com uma naturalidade impressionante. “Vamos passar por mais esse desafio, fico feliz em passar por esse marco histórico e poder contribuir de alguma maneira, pra mim isso é enriquecedor, não tem preço”, completa.
Angela Pulz Delgado
Angela Pulz Delgado é a coordenadora de Vigilância Sanitária da Prefeitura de Artur Nogueira. Médica Veterinária de formação, ela agora tem a importante missão de coordenar um dos setores mais fundamentais no combate à pandemia. “Esse ano, quando o Lucas assumiu, ele me procurou para trabalhar na coordenação da vigilância sanitária. Como eu já tinha uma vivência na área, as pessoas acabaram me indicando”, comenta Ângela, que já havia atuado na vigilância entre os anos de 2007 e 2013.
Angela tem uma empresa, poderia ter negado o convite. No entanto, a paixão pela profissão e a vontade de enfrentar novos desafios à trouxeram para a frente de batalha. “É um desafio muito grande, esse é um dos períodos mais difíceis que já passamos, e agora a pandemia está num momento muito mais difícil que no começo, tá piorando a situação, sei das dificuldades, mas isso é o que eu amo fazer, a gente tem medo de não conseguir, mas sente prazer em vencer esse desafio”, pontua. Perguntada sobre a importância da mulher na linha de frente, ela responde rápido. “A mulher tem uma visão diferente, uma visão mais ampla, ela vê o contexto todo. A abordagem da mulher é mais maternal. Acho que a mulher no comando é muito diferente. A gente vem de várias administrações com homens na Vigilância, acho que isso é um divisor de águas”, encerra.
Flavia Campelo
Garra também não falta nos olhos de Flavia Campelo. Neta de enfermeiros, o interesse na profissão veio após passar por complicações na gravidez. Há 22 anos na área, ela acredita que manter um psicológico saudável é fundamental na luta contra a pandemia. “Temos que trabalhar muito o psicológico, o nosso e da nossa família. É uma doença grave que não compromete somente nossa parte respiratória, mas também o nosso psicológico”, afirma.
Ser enfermeira já é algo extremamente grandioso. No entanto, Flavia explica que a mulher é mais que uma profissional. “A mulher é um ponto importante, um ponto chave. A mulher trabalha, cuida da casa, cuida de filho, cuida do marido sem reclamar. Nós da enfermagem temos que saber lidar com o nascimento, com morte e com dor de outras pessoas, a gente se sensibiliza com a dor dos outros, e quando a gente chega em casa ainda precisa ter força pra chegar em casa e ser mãe, esposa, lavas passar e cozinhar”, pondera.
Representantes de muitas
Fabiana, Angela e Flávia são representantes de outras milhões de mulheres. Suas lutas durante o período de pandemia remontam outras tantas batalhas. Elas provam de todas as maneiras que uma mulher jamais deveria ter sido tratada como coadjuvante. Mais do que nunca a mulher se colocou em evidência e comprovou que é parte estrutural de todas as conquistas da humanidade, e a vitória contra essa pandemia será só mais uma delas.
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