11/08/2013

OPINIÃO: A missão de ser pai

Pastor faz reflexão sobre a importância do pai na vida de um filho

Por Pastor Cristiano Bervint

Ser pai é uma missão de grande responsabilidade dada ao ser humano, pois devemos cuidar com muito zelo e carinho de uma herança dada por Deus, para isso temos um manual que o Próprio Senhor nos deixou: a Bíblia. Para fazermos tudo conforme nos é ensinado, vemos nos últimos dias uma falta muito grande com esse compromisso gerando, infelizmente, um histórico negativo sobre a vida de muitos inocentes.

Quero começar uma pequena reflexão mostrando alguns exemplos de pais como Abraão.

Certamente, Abraão foi uma influência muito positiva na vida de seu filho Isaque. Ensinou-o a temer a Deus e também lhe ensinou preciosas lições sobre a fé. Todavia, uma coisa que me chama muito a atenção em relação à vida de Abraão e que terminou sendo uma influência negativa da vida de seu filho, foi o fato de por duas vezes Abraão ter mentido, dizendo ser Sara, sua irmã, quando na verdade era sua esposa (Gn 12.10-20; 20.1-18).

Embora possivelmente Isaque ainda não fosse nascido quando Abraão mentiu quanto à sua esposa Sara, esta atitude de Abraão foi uma influência negativa da vida de seu filho. Isaque deve ter ficado sabendo deste comportamento de seu pai, pois anos depois, submetido a uma situação de pressão, Isaque imitou seu pai cometendo o mesmo erro, ou seja, mentindo sobre o fato de Rebeca ser sua esposa (Gn 26.6-11). Através deste exemplo podemos ver como os filhos imitam os pais em suas ações, tanto positivas como negativas.

Outro pai interessante foi o patriarca Jacó. Teve doze filhos, e seu erro, que lhe custou muita dor, foi o fato de dar preferência a um de seus filhos, no caso José, em detrimento dos outros. Por causa desta preferência de Jacó em relação a José, os irmãos de José, tomados de ciúmes, o venderam como escravo ao Egito, e simularam sua morte para o pai Jacó que por muitos anos sofreu a perda do filho, achando que este estivesse morto (Gn 37.2-35). Esta história é uma lição para nós hoje. Nós, pais, devemos evitar a parcialidade paterna, ou seja, devemos amar a cada um de nossos filhos da mesma maneira, evitando dar preferência para um em detrimento de outro, sob pena de sofrermos muitas dores no futuro.

O exemplo de Josué como pai, é o exemplo do líder do lar que está decidido a levar sua família a servir ao Senhor. Em seu discurso buscando levar o povo a renovar sua Aliança com Deus, Josué disse: “… escolhei hoje, a quem sirvais… Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15).

Infelizmente, temos visto hoje muitos pais que não estão nem um pouco interessados em conduzirem suas famílias de forma firme no sentido de servirem ao Senhor. Esta atitude certamente trará tristes resultados no futuro. Como precisamos de homens com a atitude de Josué em nossos dias!

Permita-me agora falar sobre Jó, um pai exemplar, um pai sacerdote. Jó é o exemplo de um pai intercessor, que sempre se preocupava com o bem estar espiritual de seus filhos diante de Deus, um pai que orava e clamava por seus filhos. O texto bíblico nos diz: “… chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles… Assim o fazia Jó continuamente” (Jó 1.5). Que à semelhança de Jó,  possamos, como pais, sermos intercessores de nossos filhos e verdadeiros sacerdotes de nossos lares!

Quero encerrar esta reflexão, lembrando de um pai que representa o próprio Deus, que deve ser nossa inspiração máxima como pai. O pai do filho pródigo, da memorável parábola contada por Jesus, é o exemplo de um pai amoroso, gracioso e perdoador (Lc 15.11-24). Apesar de seu filho tê-lo desprezado, pedindo sua parte na herança antes de seu falecimento, e tê-lo abandonado, gastando todo o seu dinheiro de forma dissoluta, o pai esteve de braços abertos para recebê-lo de volta e perdoá-lo quando o filho voltou arrependido.

Esta história ilustra o amor de Deus para conosco, que está sempre pronto a nos receber de volta, mesmo depois de nossos desvios. Que como pais, procuremos imitar o pai do filho pródigo, ou seja, imitar o próprio Deus: que sempre estejamos de braços abertos para acolher nossos filhos e ampará-los em seus momentos de necessidade, de vergonha, de dor e até mesmo de desvio. Que o Senhor Deus nos ajude a sermos pais segundo o seu coração.

Feliz Dia dos Pais e que Deus nos abençoe!

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cristiano
Cristiano Bervint
é pastor da Igreja Missão e Vida e Idealizador da Comunidade Vida Melhor


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