19/09/2010

Paulinho Munhoz: um homem tudo de bom

Difícil definir a pessoa de Paulinho Munhoz. Um homem que se destaca pelos múltiplos talentos que possui. Jornalista, publicitário, produtor de eventos, além de professor e coordenador pedagógico. Aos 42 anos, Paulinho nos recebeu em três ocasiões para uma entrevista exclusiva. A primeira, no salão da cabeleireira Tânia Theobaldo, em Artur Nogueira. Os outros dois encontros aconteceram no teatro municipal, antes e depois do desfile que elegeu o Mister Artur Nogueira 2010. Na conversa, Paulinho falou de suas profissões, a paixão pelo mundo da moda, o sonho realizado, e sua maior e mais difícil tarefa. Confira.

Por Alex Bússulo

Difícil definir a pessoa de Paulinho Munhoz. Um homem que se destaca pelos múltiplos talentos que possui. Jornalista, publicitário, produtor de eventos, além de professor e coordenador pedagógico. Aos 42 anos, Paulinho nos recebeu em três ocasiões para uma entrevista exclusiva. A primeira, no salão da cabeleireira Tânia Theobaldo, em Artur Nogueira. Os outros dois encontros aconteceram no teatro municipal, antes e depois do desfile que elegeu o Mister Artur Nogueira 2010. Na conversa, Paulinho falou de suas profissões, a paixão pelo mundo da moda, o sonho realizado, e sua maior e mais difícil tarefa. Confira.

Como foi que nasceu seu interesse por moda? Em 1996, trabalhava na assessoria de imprensa da prefeitura de Artur Nogueira, e um casal de Araras me procurou para que a prefeitura produzisse o Miss Mirim. Na ocasião a administração não demonstrou interesse. O casal deixou alguns papeis e acabei levando pra casa. Na época tinha que pagar uma inscrição. Cheguei em casa, e comecei a pensar que se eu produzisse o desfile e cobrasse entrada, poderia pagar a taxa de inscrição. Falei com o pessoal da prefeitura e eles não acharam nenhum problema em eu mesmo produzir o evento.

Foi assim que nasceu o primeiro concurso de Miss em Artur Nogueira? Sim, fui com a cara e coragem. Fiz a divulgação em escolas, coloquei matéria no jornal da cidade, e com isso, apareceram várias mães querendo inscrever suas filhas. Como já tinha experiência em produção artística, eu mesmo fiz a decoração do cenário. E no final acabou saindo tudo bem, foi um sucesso, deixando o teatro lotado.

E esse sucesso te motivou a continuar? Nesse primeiro concurso convidei várias pessoas para serem juradas. Uma delas foi um jornalista de Amparo, que veio junto com sua namorada, que trabalhava com moda. E ela gostou muito da apresentação e perguntou por que eu não investia no ramo. Foi aí que comecei a gostar da ideia.

Nascia a Aplauso? Com todo mundo falando que havia gostado do desfile, com uma profissional dizendo que eu levava jeito pra coisa, comecei a acreditar que poderia ser um bom negócio. Um ano depois, em 1997, nascia a Agência Aplauso.

Como era essa agência? Era como um centro cultural. Tinha aula de desenho artístico, teatro, balé, e o curso de modelo e manequim que era o principal. Com ele, começamos a levar as modelos para desfiles, testes no SBT, fizemos algumas gravações no seriado Sandy e Junior, na Globo, teve um menina que saiu na caixa de uma boneca da Cotiplás. Resumindo, a agência foi um sucesso.

Quanto tempo você se dedicou a Aplauso? Ficamos de 97 a 2001. A partir daí, todas as meninas da faixa etária já tinham passado pela agência. E nosso público alvo começou a ficar escasso. Se fosse hoje, eu teria um novo público e poderia muito bem começar de novo.

Você pensa nisso? Não, acho que não tenho mais idade para isso (risos). Administrar uma agência exige muita dedicação. Prefiro continuar produzindo eventos.

Sabemos que é um homem de mil talentos, além da moda, você também é professor. Como surgiu esta vocação? Entre os anos 86 e 89, eu fazia faculdade de publicidade na PUC Campinas, além de um curso de inglês em outra escola. Eu tinha uma boa fluência na língua inglesa e fui convidado, pela Terezinha [proprietária da escola], a dar aulas no Montessori. Eu até cheguei a dizer a ela que não tinha nem me formado ainda, e talvez não fosse legal eu dar aulas. Ela acabou me convencendo, e eu comecei a lecionar a disciplina.

Podemos dizer que a educação sempre correu em suas veias? Meu pai era professor [José Apparecido Munhoz]. Me lembro quando ele levava aquela pilha de provas para corrigir em casa, e passava horas e mais horas revisando os trabalhos.

E mesmo assim você não desistiu? Não, eu gostava. Ficava admirado vendo ele trabalhar. Em algumas ocasiões até ajudava na revisão das atividades.

E as aulas de inglês no Montessori, foram bem sucedidas? No primeiro dia de aula estava tão nervoso que quando encostei o giz na lousa, ele quebrou voando longe, os alunos davam risada. Com o passar do tempo eu fui ganhando prática e os alunos gostavam de mim. Daí não teve jeito, de professor de inglês, a Terezinha me passou para história, geografia, e acabei dando aula em quase todas as disciplinas. E decidi fazer o curso de letras na faculdade Maria Imaculada, em Mogi-Guaçu. Assim que terminei prestei concurso e passei em primeiro lugar aqui em Artur Nogueira, escolhi dar aulas na escola Magdalena.

(Neste momento da entrevista, a cabeleireira chama Paulinho para lavar os cabelos. Decidimos mudar o rumo da conversa)

Você é um homem que está sempre no meio de lindas moças e rapazes. Mas e o Paulo Munhoz, se acha vaidoso? (Paulinho começa a rir, a cabeleireira Tânia faz sinal de sim com a cabeça, mostrando que seu cliente é bem vaidoso) Eu me acho vaidoso sim, gosto de me cuidar. Queria ter mais dinheiro pra poder cuidar mais.

Se considera um metrosexual? Tô mais pra meio metro sexual (brinca).

Faria plástica? (Risos) Se tivesse dinheiro poderia até fazer sim.

Em que lugar do corpo? Começaria com uma lipo na barriga, melhoraria meu maxilar, e por aí vai…

Você acha beleza fundamental? Acho que não é tudo, mas ela é importante. Afinal de contas, nós vivemos em uma sociedade visual.

O que você, como produtor de eventos relacionados a moda e, principalmente, um homem envolvido a educação, tem a dizer dessas pessoas que se sacrificam pela beleza? Acho que vai muito da cabeça de cada um. Gosto muito de jogo de vôlei, mas jamais me meteria a entrar na quadra com 1m68 de altura. As pessoas que querem seguir esse mundo também devem ter esse pensamento, não adianta tentar fazer mil e uma coisas se a pessoa não nasceu pra coisa.

Você já desfilou? (Sério) Nunca!

Por quê? Porque não tenho beleza nem altura. Minha paixão é produzir e não desfilar.

Você reúne várias funções. É jornalista, publicitário, produtor de eventos, professor, esposo e pai. Qual é o mais difícil? Ser pai.

Explique melhor. Porque eu queria abrir mão de tudo isso e ser apenas pai. Mas se eu fizer isso não vou poder dar e proporcionar qualidade de vida a minha família. Esse é o dilema do mundo moderno, a gente se sacrifica para o bem da família, e acaba se afastando dela por causa desse sacrifício. Se eu for fazer tudo o que me pedem para fazer, apresentar eventos, produzir desfile, eu não terei tempo para aquilo que há de mais importante em minha vida: a família.

(Concluímos a conversa no salão de cabeleireiro e combinamos de nos encontrar mais a tarde, no teatro municipal de Artur Nogueira, onde seria realizado, no dia seguinte, 18 de setembro, o primeiro concurso para eleger o Mister Artur Nogueira. No segundo encontro, Paulinho, já com o cabelo cortado e a barba feita, estava mais agitado, se preocupava com a decoração do cenário do desfile. Estava acompanhado de um velho amigo, o senhor José Roberto Castilho, um homem muito humilde que trabalha com Paulinho há mais de dez anos. “Ajudo o Paulo a montar os cenários, busco água para os jurados, sempre faço o que posso para ajudá-lo” conta Castilho.)

O que te motiva a fazer todo esse trabalho? É o financeiro? Não. Se fosse financeiro já teria desistido faz tempo. Meu sonho era por uma Miss em evidência. Em uma entrevista uma vez ao Mano [antigo dono do jornal Mais], eu disse que não desistiria até que uma Miss Artur Nogueira ficasse entre as cinco mais belas do estado.

Esse sonho foi realizado? Sim, a Edvânia Araujo [eleita Miss Artur Nogueira 2009] ficou em segundo lugar no concurso de Miss São Paulo.

Como foi a sensação? Eu não estava presente. Na ocasião tive outro evento para apresentar aqui em Artur. Fiquei acompanhando pelo celular cada classificação da Edvânia. No final, meus amigos me chamaram de pé frio, porque eu dei sorte não indo ao concurso.

Você colocou a cidade em evidência. Foi incrível. A gente digitava no Google o nome Artur Nogueira, e lá aparecia a cidade tendo a segunda mulher mais bonita do estado.

E agora? O que virá pela frente? Sinto-me realizado. Gostaria de poder realizar um concurso grande. Do nível São Paulo. Tenho muita amizade com o pessoal do concurso, mas até hoje não fui convidado. Quem sabe não chego lá.

(Finalizamos nosso segundo encontro, Paulinho continuou a montar o cenário, com ajuda de Castilho e da esposa Helena. No outro dia, sábado, após finalizar o concurso, que elegeu Leonardo Bagarolo como Mister Artur Nogueira 2010, Paulinho nos recebeu e concluiu a entrevista.)

 

O que você achou do desfile? Fiquei satisfeito. Acho que o evento superou minhas expectativas. Gostei do Leonardo, acho que ele se sairá bem no Mister São Paulo.

Durante o desfile, você se emocionou, relembrando seu sobrinho Gabriel Munhoz, que perdeu a vida em um trágico acidente no ano passado. Ele era muito importante para você? Era como meu filho. Meu eterno Mister Artur Nogueira. Só para ter uma ideia, o pai do Gabriel era corintiano, ele torcia pelo Palmeiras por minha causa. Estava sempre presente nos meus desfiles, chegou a representar nossa cidade em várias ocasiões. Tenho certeza que onde ele estiver, está melhor do que a gente.

 

 

 


Comentários

Não nos responsabilizamos pelos comentários feitos por nossos visitantes, sendo certo que as opiniões aqui prestadas não representam a opinião do Grupo Bússulo Comunicação Ltda.