Técnico que agrediu árbitro em Artur Nogueira fica em silêncio durante depoimento

Da redação

O técnico, Alan Aparecido Faria, que agrediu com uma cabeçada o árbitro Ronaldo Donizete Panseri, durante uma partida válida pelo Campeonato de Futsal Feminino de Artur Nogueira decidiu ficar em silêncio durante o seu depoimento à Polícia Civil e afirmou que só falará em juízo.

A informação foi confirmada pela Delegacia de Artur Nogueira. O técnico responde ao inquérito por lesão corporal e com base da Lei Geral do Esportes, que trata de punições para agentes envolvidos em tumultos e agressões. Na delegacia, o técnico disse que não prestaria declarações e só falaria em juízo.

Agora, a delegacia de Artur Nogueira aguarda os laudos feitos no árbitro Ronaldo, para relatar o inquérito e encaminha-lo à justiça.

Relembre o caso

A agressão contra o arbitro Ronaldo Donizete Panseri, ocorreu durante a partida entre Barça e Deportivo Sanka, válida pelas semifinais do Campeonato de Futsal Feminino de Artur Nogueira, ocorrida no dia 11 de março, no ginásio Maurício Sia. O árbitro Ronaldo foi agredido com uma cabeçada pelo técnico do Barça, Alan Aparecido Faria.

O profissional sofreu um sangramento na boca e precisou de atendimento médico imediato. Ele procurou a Delegacia da cidade e registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal.

A agressão ocorreu no segundo tempo da partida, após a cobrança de um pênalti e a marcação de uma falta. O fato foi registrado pela transmissão do Portal ON.

Após a agressão, o árbitro saiu da quadra e deixou o ginásio. Guardas municipais chegaram a ir atrás do agressor, mas não o encontraram.

Alan foi punido com uma suspensão de dois anos pela Secretaria de Esportes da cidade. Ele não poderá participar de nenhuma competição organizada pela secretaria durante período.

Nota de retratação

Ao Portal ON, o técnico enviou uma nota de retratação sobre o fato:

Nota de Esclarecimento

No último jogo, durante uma situação de tensão, dirigi-me ao árbitro para reclamar de suas atitudes, que considerei arrogantes e prepotentes, especialmente em relação às atletas do time do qual sou técnico. Cheguei de braços cruzados e questionei suas falas e comportamentos. No entanto, o árbitro manteve o mesmo tom ao se dirigir a mim e me puniu com um cartão amarelo.

Permaneci no local, reiterando minha reclamação sobre sua postura. Nesse momento, o segundo árbitro aproximou-se, colocou a mão em meu peito para que eu me afastasse e também em tom muito arrogante começou a pedir para eu sair e, como não obedeci imediatamente e continuei a protestar, o primeiro árbitro (o mesmo que havia aplicado o cartão amarelo) me puniu com o cartão vermelho. Diante disso, perdi a cabeça e, em um momento de descontrole, acabei desferindo uma cabeçada no segundo árbitro, que tentava me afastar do local.

Reconheço que minha reação foi inadequada e desproporcional, e lamento profundamente o ocorrido. Entendo que, independentemente das circunstâncias, a agressão física é inaceitável e não condiz com os valores do esporte e do respeito mútuo que devem prevalecer em qualquer competição.

A seguir, apresento minha nota de retratação formal, na qual me manifesto de maneira mais detalhada sobre o ocorrido e assumo a responsabilidade por meus atos.

Nota de retratação

Venho, por meio desta nota, manifestar meu profundo arrependimento e pedir sinceras desculpas pelo ato de agressão física que cometi contra o árbitro durante a partida. Reconheço que minha conduta foi totalmente inadequada, desrespeitosa e inaceitável, independentemente das circunstâncias ou de qualquer comportamento anterior.

Agressões físicas nunca são justificáveis, e lamento profundamente ter perdido o controle emocional, agindo de forma impulsiva e violenta. Compreendo que, como técnico e representante do meu time, devo ser exemplo de respeito, fair play e espírito esportivo, valores que falhei em demonstrar naquele momento.

Peço desculpas ao árbitro, às meninas do meu time, à equipe adversária, aos organizadores do evento e a todos os presentes pelo ocorrido. Assumo total responsabilidade por meus atos e estou disposto a enfrentar as consequências cabíveis, além de buscar formas de reparar o erro cometido.

Comprometo-me a refletir sobre minha conduta, a trabalhar minha maturidade emocional e a garantir que situações como essa não se repitam. Espero que este incidente sirva como um aprendizado para mim e para todos que presenciaram o ocorrido.

Agradeço a compreensão de todos e reafirmo meu compromisso com o respeito e a integridade no esporte.”

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