Vítima de massoterapeuta preso por abusos em Artur Nogueira denuncia toques invasivos e pede justiça

Uma das vítimas do massoterapeuta preso por abusos em Artur Nogueira procurou a redação do Portal ON – Artur Nogueira e denunciou que o profissional não se apresentou como massoterapeuta, mas sim como lavador de sofás, e só em sua casa afirmou ser um profissional de massagem. No relato, a jovem, de 20 anos, disse que os toques eram invasivos e que sentiu medo de fazer a denúncia.

O massoterapeuta Moacir Gulin Filho foi preso preventivamente na quinta-feira (05), no local onde realizava seus atendimentos. Aos policiais, ele negou as acusações de abuso.

O primeiro contato
A jovem conta que seu primeiro contato com o profissional foi em outubro de 2023, mas não como massoterapeuta e sim como limpador de sofás. “Eu pesquisei no Google alguém que fizesse limpeza de colchões, e ele cobrou mais barato do que o outro que eu havia contratado. Menos de R$ 100, acho que foi R$ 85 ou R$ 95”, lembra a vítima.
A mulher relata que, quando o homem chegou, disse que além de ser lavador de sofás, também fazia massagem e lhe ofereceu uma. “Assim que chegou, ele veio conversando comigo, e quando eu disse que estava tensa, ele pediu para fazer uma massagem onde doía, e acabei aceitando o procedimento”.

Toques invasivos e os abusos
A vítima relembra que os toques invasivos começaram antes da massagem. “Durante a massagem, eu fiquei de costas e ele atrás para fazer a massagem, mas eu já havia me sentido desconfortável um pouco antes, pois ele me tocou de forma indevida durante a conversa. Ele fez a massagem e me encoxou. Em menos de 30 segundos, eu pedi para ele parar e fiquei em dúvida se ele teve a coragem de fazer isso”.
Após a reclamação, o homem voltou a limpar o colchão, mas ofereceu outra massagem, o que a vítima recusou. Depois de terminar o serviço, ele foi embora e ainda pediu para que ela colocasse o nome dela para concorrer a uma massagem, como se nada tivesse acontecido.

Responsabilidades da esposa
Durante a entrevista, a vítima alega que a esposa do profissional também deveria ser investigada, pois ela contou a ela sobre o fato, mas foi ignorada. “No dia seguinte, depois que contei à esposa dele, ele publicou uma foto no Facebook ao lado dela, ela estava com uma roupa verde água e ele combinando com ela. A legenda da foto era ‘essa é minha esposa, quem me ajuda nos meus atendimentos, tudo com muito respeito’. Acho que por isso não denunciei, seria minha palavra contra a dele e não tinha ‘provas’. E um comentário que me chamou a atenção foi de um pastor que respondeu ‘pastor muito bom e atende seus clientes de forma diferenciada’. Achei que foi provocação e resolvi deixar pra lá. Acho que a esposa desse safado deveria ser intimada também”, comentou.
Ainda segundo ela, dias depois, o homem mandou mensagem reclamando por ela ter mandado mensagem para sua esposa, mas ela apenas o bloqueou e não teve mais contato.

Medo de denunciar
Apesar de ser vítima, a mulher disse que sentiu nojo no momento dos abusos. “Fiquei com muito nojo, mas fingi que estava tudo bem, fingi que não vi, porque fiquei sem graça de falar no momento […] Acho que porque eu estava sozinha na minha casa e fingi que não tinha percebido”.

Exemplo para outras vítimas
Segundo a jovem, seu relato tem como objetivo encorajar outras vítimas. “Pensei muito em não fazer a entrevista para não me expor, já que ele já foi preso. Espero que meu relato ajude com as investigações e nas denúncias já feitas, e que a justiça seja feita. Meu conselho serve para mim também: não se culpem e não sintam vergonha. Denunciem toda e qualquer conduta inadequada por parte de quem quer que seja”, finalizou a vítima.
O caso do massoterapeuta está sendo investigado pela Polícia Civil e outras vítimas podem procurar as autoridades para denunciar. Até o momento, diversas mulheres já denunciaram o homem.