18/12/2024

Vítima de massoterapeuta preso por abuso em Artur Nogueira foi abordada pela rede social

Ajudante geral contou que o profissional entrou em contato pelo Facebook dizendo que ela havia ganho uma massagem gratuita

 

Wagner Luan

Uma das vítimas do massoterapeuta detido por abuso em Artur Nogueira relatou que o profissional a procurou por meio de uma rede social, oferecendo um tratamento. Em uma entrevista exclusiva, ela revelou que, durante a massagem, o homem fez toques inadequados e invasivos, e que não fez a denúncia devido ao medo.

O massoterapeuta Moacir Gulin Filho foi preso preventivamente na quinta-feira (05), no local onde realizava seus atendimentos. Aos policiais, ele negou as acusações de abuso.

A auxiliar geral comentou que, em fevereiro, recebeu uma mensagem do homem. “Era meu aniversário e ele me enviou uma mensagem no Facebook dizendo que eu havia ganhado um sorteio para uma massagem. Fiquei estranhando no início e perguntei se ele me conhecia. Ele respondeu que, se eu não tivesse gostado, não teria importância. Ele tinha uma lábia persuasiva e eu não desconfiava de nada”, relatou.

Ela mencionou que agendou uma primeira sessão, mas não conseguiu comparecer, o que fez com que o homem começasse a insistir, enviando mensagens para que ela marcasse um horário. Eventualmente, conseguiram se encontrar, e ela foi ao procedimento em junho. “Consegui ir em junho e levei minha filha, mas ela não entrou; apenas eu entrei na clínica”, explicou.

Os abusos

Para a mulher, a massagem que deveria proporcionar alívio tornou-se um verdadeiro pesadelo. “Os toques dele eram tudo menos profissionais; eram totalmente constrangedores e invasivos. Ele me tocava nas partes íntimas de uma maneira absolutamente inadequada. Não sou ingênua, sou uma mulher adulta e sabia que aquilo era errado.” De acordo com ela, além dos toques abusivos, o profissional também a constrangia. “Ele respirava pesadamente atrás de mim e era possível perceber que ele estava excitado, o que intensificava ainda mais o constrangimento.”

A mulher compartilha que, apesar de ter demonstrado seu incômodo, o profissional não cessou sua atuação até que ele optou por interromper. “Eu consegui me afastar porque ele veio a tocar no meu seio e eu lhe disse que não estava me sentindo bem. Ele perguntou o motivo, e então eu expliquei que não estava apreciando a situação e mencionei que minha filha estava me aguardando. Acredito que isso o deixou preocupado, e assim ele me liberou.” Assim que se levantou o telefone dela começou a tocar; era sua filha ligando. Ela reuniu suas coisas e foi embora.

A vítima conta que, apesar de perceber que estava sendo abusada, a situação a deixou paralisada. “Eu confesso que fiquei sem reação. Em questão de segundos, passa um filme na sua cabeça e você acaba se culpando, perguntando como chegou a esse ponto. Por mais que você saiba que a esposa dele está ao lado, na sala só estão você e ele, e você não sabe do que ele é capaz.”

“A gente se sente suja. Se sente pequena e impotente diante de tudo que viveu”, completa a mulher.

Medo de denunciar

A vítima explicou que o medo a impediu de denunciar. “Ele fazia questão de enfatizar o tempo todo que era uma pessoa influente, muito conhecido, formado, enfim. Aí eu pensei: ‘Gente, a palavra dele é contra a minha.’ Então, era todo um constrangimento, foi medo e vergonha mesmo, tanto que só comentei com minha filha, uma amiga e uma professora.”

Apoio e acolhimento da Polícia Civil

Ela conta que, quando a história se tornou pública, decidiu procurar a Polícia Civil, e o acolhimento foi fundamental para que conseguisse denunciar. “Tivemos um suporte muito bom da Polícia Civil, mas eu nunca tinha passado por isso, não sabia como seria recebida. O sentimento é de justiça, e é revoltante ver a pessoa se apoiar em sua posição profissional para agir de maneira tão cruel, porque ele é cruel.”

No final, ela comentou que, ao deixar a sala, o homem ainda continuou mandando mensagens perguntando se ela havia gostado. Ele tinha certeza da impunidade e mandou mensagem mesmo depois de ela ter dito que não gostou.

O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, e outras mulheres vítimas de abuso devem denunciar.

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